Colégio Padre Guálter Farias Negrão. Fim do mundo.
Planejamentos anuais.
A falta de um trabalho de orientação e de supervisão pedagógicas dá origem ao que se vê aqui. A única professora que demonstra interesse pelo desenvolvimento de habilidades no aluno e especifica como vai fazê-lo não é formada na disciplina que ministra.
A presença de assinatura indicando que o documento passou pelas mãos da pedagoga só agrava a situação. Passou, mas por que não corresponde às exigências legais e às propostas curriculares? E se a escola dispõe de várias, por que nenhuma faz o trabalho de adequação das propostas às exigências legais? Elas não compreendem, nunca leram documentos oficiais, ou simplesmente não os levam a sério?
No primeiro planejamento aqui listado, uma professora fala como fazer a recuperação. Algumas linhas abaixo, ela volta a falar disso e propõe um modelo que a Deliberação 007/99 não permite e que contradiz o que ela disse antes. Mas foi aceito. O valor das provas escritas também não é permitido pelas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Mas foi aceito. A única a tentar se posicionar dentro da lei, novamente, quanto ao valor da prova, é a professora não formada na sua disciplina. Mesmo assim, ela especifica dois valores, duas modalidades de avaliação, quando a lei prevê no mínimo três. Duas das propostas de Artes aqui contidas são uma provocação contra as leis elaboradas nos últimos vinte anos. São planos que não seguem nenhuma das propostas fixadas por lei, nem o formato determinado pela SEED/PR. O que a professora planeja para a 7ª série não segue os conteúdos tal como a lei os determina e os núcleos não cansam de exigir. Essas exigências são temas dos cursos de capacitação docente há quase quinze anos. O último dos planejamentos não segue outra dessas exigências: quais as atividades de avaliação e seus valores? E a recuperação? A professora não se dá o trabalho sequer de fazer um modelo de avaliação, mesmo fora da lei, como o dos colegas. Não fez nenhum. Se precisar fazer, será um "arranjinho" com a pedagoga. Seu plano é como uma receita de Miojo na redação do Enem, mas lá alguém viu.
Uma das professoras fala em recuperação como algo improvável. Fala em "sanar possíveis deficiências", como se o trabalho dela não desse margem a que o aluno fizesse atividades que sempre precisassem ser aperfeiçoadas. Para uma professora de Artes, é risível. Vê-se que ela está pensando em nota abaixo da média, quando a lei diz que recuperação é feita toda as vezes em que o aluno quiser melhorar o que fez, sem limites de valores ou vezes. O que ela chama de "sondagem de aprendizagem" e de "atividades diversificadas"? Quem não percebe que não são conceitos que correspondam a ações específicas? Ela criou uma expressão apenas porque a lei quer três tipos de avaliação. É fácil imaginar a mãozinha parada no ar, diante do teclado: "Será que se eu colocar assim fica bom?"
Todos os planos são irregulares. Alguns são trabalhos improvisados. Mas todos passaram pelo crivo da pedagoga, que os recebeu e acatou. Trata-se do "jeitinho", do ajuste feito para facilitar as ações e elas não corresponderem ao que as leis e as propostas querem: que não haja "arranjinhos" feitos com intenção escusa, para que a escola brasileira continue sendo a mesma que formou esses profissionais. As propostas e leis querem exatamente fazer com que a escola pare com tais atitudes.
Onde estão os pedagogos pagos por nós?
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