tag:blogger.com,1999:blog-13929197180077802882024-02-07T20:10:59.000-08:00Desmascarando a escola públicaEdson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.comBlogger85125tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-65228136269756711272015-03-05T00:03:00.001-08:002015-03-05T00:03:37.771-08:00Imagens de selvageria: estudantes universitários de lá e de cá<div style="text-align: justify;">
Há pouco o site UOL mostrava a história de uma brasileira que conseguiu estudar na Universidade de Harvard.</div>
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A típica história de vida de alguém que estudou. Estudou muito. E havia nisso prazer e objetivo. Alguém que leu. E sabia que a leitura ainda é a principal fonte de conhecimentos, já que a escola é passageira e ensina meia dúzia de assuntos.</div>
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O fato de a aluna ter se envolvido com projetos de ensino, entre pobres de um país pobre, certamente contou para que entrasse na prestigiada universidade. Mas é preciso, de fato, formação e conhecimento, medidos em exames diversos.</div>
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Então a garota, que saiu de uma família pobre, pode dizer que está realizada. É o típico modelo de estudante universitário pensável: faz projeto, que executa, estuda três horas em casa para cada hora em sala de aula. Lê, se informa. Estuda muito. Algo que poderia ser um arquétipo.</div>
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Mas não é.</div>
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Na quinta-feira à noite, fui buscar um documento de uma aluna numa universidade. Era noite. E eu quis chegar em um horário quando alunos estivessem em suas salas de aula. Chovia. Mas quando estacionei a poucos metros do departamento aonde tencionava ir, havia uma imensa movimentação de alunos em frente à entrada. Alunos que gritavam, ostensivamente, e portavam garrafas, fumavam muito. Era horário de aula. Mas eles gritavam o nome de seu curso (um daqueles de educação) como se fosse uma provocação, do tipo "sim, nós podemos", bem diferente do que a estudante de Harvard poderia ouvir por lá. Fiquei com medo. Esperei no carro até que se dispersassem. Havia garrafas no chão, papeis, latas. Dava nojo.</div>
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Mas eles decerto foram para suas salas. Estudar?</div>
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O que me incomoda é a quantidade de fotos que tenho visto, nas redes sociais, de alunos com garrafas de vodcas, uísques, tabaco (só?), no pátio de uma universidade do interior do estado, a maior particular de Londrina. Roupas molhadas, copos na mãos, dedos apontando que as garrafas já estão vazias. Em algumas fotos, aparecem carros da polícia, com luzes acesas; em seguida, esses carros aparecem cercados pelos alunos, em sinal de provocação. Deve ter havido tumulto. Um troféu para o aluno ostentar, em vez de participação em projetos ou em cursos de extensão. Alguns "universitários" eu conheci lá no interior, estudaram em escolas onde trabalhei, eram filhos de funcionárias. Percebe-se uma multidão imensa, quase como se nenhum CDF (como que era mesmo a expressão?) tivesse ficado na sala estudando. São fotos enviadas diariamente, há mais de uma semana, repletas de gírias e expressões que tentam insinuar essa condição: nós somos os maiorais, porque, em vez de estarmos estudando, estamos bêbados diante das salas de aula. Bebedeira, misturada a palavras que denotam um nível baixíssimo de formação escolar (nos comentários e na identificação de cada foto), e o orgulho de poder dizer que o estudo não é necessário. Também a concordância de colegas que talvez nunca pisaram em uma universidade, do tipo "estamos orgulhosos de vocês", "por que não convidaram?", porque no lugar fariam o mesmo.</div>
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Que pena! É essa aí a introdução dos nossos universitários, sobretudo nas instituições particulares, a uma rotina escolar. Aqui, a relação é: quantas horas a menos do que a carga-horária mínima exigida cada aluno estuda? Nada de três horas a mais, nada de tantas leituras para complementar as aulas.</div>
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Tais fotos até podem ser uma resposta à repercussão da morte de um estudante universitário na UNESP ou ao fato, de ali perto, um outro ter agredido um idoso. O olhar vermelho que debocha e diz: com a gente é assim mesmo. É nois! </div>
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Motivo de orgulho para universitários saber que "um de nois" morreu após beber mais de vinte copos de vodca, por isso, a necessidade de mostrar as garrafas da bebida. </div>
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O nosso meio universitário vem sendo feito de analfabetos funcionais que mal respondem a dez perguntas para ingressar em uma instituição superior. O fato de essas instituições poderem ser negócio faz com que elas não devolvam nenhum retorno à sociedade. Mesmo a legislação as definindo como sem finalidades lucrativas, o dono da instituição referida acima é um dos poucos bilionários do país. </div>
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E são esses os alunos que um dia se formam nas escolas públicas e estão entre os poucos que decidem fazer curso superior. </div>
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Há exceções? Há. </div>
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<br />Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-49481177014990683412015-03-04T23:07:00.000-08:002015-03-04T23:07:06.267-08:00O empreguismo: condição para o fim da greve<div style="text-align: justify;">
É estranho, não?</div>
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Até o final de janeiro, as escolas paranaenses estavam com seus quadros de funcionários praticamente fechados. Havia uma reclamação imensa quanto à diminuição de turmas e ao aumento de alunos nelas. Mas esse aumento, conforme ouvi de professores, já vinha acontecendo nos últimos anos. Nada de novo no front. Nada além da reclamação dos professores e funcionários temporários (aqueles temporários por 30 anos) de que não haveria lugar para eles. Que tinham comprado carro, financiado uma casa, e agora não teriam como pagar.</div>
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Todo ano letivo começa assim, e esses funcionários depois fazem gracinhas dizendo que, eles sim, não precisam passar por semanas pedagógicas e elaboração de projetos político-pedagógicos. Nada de novo no front.</div>
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Mas então termina janeiro e o governo não paga a esses funcionários nem terço de férias, nem atrasados, nem rescisão de contratos. Dinheiro em jogo. E então começam a surgir rumores de que o governo havia dado calote nos professores. Tudo era apenas uma brincadeira, com paródias no Facebook, mas foi crescendo, crescendo, até que o governo enviou à assembleia o pacote com medidas de redução de gastos. Praticamente o mesmo que, lá em Brasília, fora tomado pela presidência da república. Ou o mesmo que, em 2012, foi tomado na Alemanha diante da crise. Reduzir custos, mexendo em alguns direitos redundantes, como o auxílio-transporte quando o funcionário está inativo. </div>
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Tantos governos anteriores se tornaram bem quistos e bem vistos pelos professores graças à concessão de benesses, como auxílio-transporte. Que representam valor significativo no salário dos professores, porque aquele é baixo. Ninguém reclamou porque governadores não cumpriram direitos já garantidos por lei. Como a lei do piso salarial. Era como distrair com um pirulito a criança que está sonhando com um tênis melhor. Ninguém reclamou pelo fato de o governo não cumprir a lei que existe há quase dez anos sobre o número de alunos por turma.</div>
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Mas o não pagamento de salários é medida irresponsável, desonesta, e reclamar esse direito é algo tão racional como se alimentar e dormir. </div>
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Evidentemente, a preparação para uma greve fez com que os professores entregassem nas mãos do sindicato uma carta-branca para falar em nome de todos eles. Ficou estranho, não? Aquelas bandeiras vermelhas em frente à assembleia, entre outras partidárias, que representam o sindicato mas não a categoria, pessoas colocando no alto-falante os temas mais clicherizados da luta contra o capitalismo. É como afirmar que os 20 mil professores presentes votaram por unanimidade uma ou outra coisa. Quem contou? Mas é o que está divulgado. (http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=11099E) É discurso, não é fato. Entram no discurso as privatizações da década de 90, a terceirização de serviços, a crise da água no estado vizinho. Tantas coisas. Mas não, evidentemente, o grupo de pessoas que estavam acampadas a 100 metros dali, em frente à prefeitura, reclamando contra o aumento do preço das passagens no transporte público. Afinal, eles gritavam contra um dos partidos que agitavam bandeiras em nome dos professores. Jamais se ouviria um "juntem-se a nós". </div>
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Outras coisas vieram. A pauta de reivindicações atinge medidas que vinham sendo tomadas há anos. Agora, sim, professores perceberam que a falta de estrutura nas escolas vinha prejudicando seu trabalho. Afinal, nunca vi uma manifestação, uma folha assinada contra isso, nos 20 anos em que permaneci como professor de escola pública. Era um estado natural, como ter estatura baixa e um dia ter sonhado em ser modelo. Escola pública não tem recursos. Ponto final. Professor não reclama nem contra a fila de alunos que ficam sentados no alambrado fumando, atrás das janelas, matando aula, e que tornam o ambiente irrespirável, além de desrespeitarem leis federais, estaduais, municipais, locais, regimentos. </div>
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Conforme os professores foram mostrando poder, o governador foi cedendo. Concedeu os salários, os terços de férias, as rescisões, as benesses, só não tem dinheiro para fazê-lo. Nessa hora, a categoria vaia: o dinheiro precisa aparecer. O sindicato então tripudiou: quer a contratação de cerca de 5000 funcionários concursados. Antes que os professores retornem ao trabalho e o ano letivo se inicie. O que significa, de imediato, a convocação, o agendamento de exame médico, a realização de exames e o tempo para recebimento de diagnósticos, então, finalmente, a contratação e a assinatura do termo de exercício na escola escolhida. Evidentemente, o tempo para isso tudo é longo. </div>
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Da mesma forma, seria algo mais lógico o pedido de contratações de concursados, como forma de regularizar a carreira de professores e funcionários que atuam como temporários. A contratação destes acabaria, praticamente, com a carreira de muitos temporários. Lembro que esse era um assunto proibido dentro das escolas: jamais se falava em chamar concursados, pois seria ofender a colega que se servia de leite com chocolate. Ela fez uma licenciatura aos sábados, ou por internet, e não tem nenhuma obrigação de conhecer, por exemplo, didática. A categoria insiste na contratação desses funcionários, como se o estado tivesse a obrigação de tutelá-los. Algo que, há muito, vem fazendo. Essas pessoas que gritam contra a terceirização de serviços não entendem que funcionário temporário é terceirizado, como o pintor chamado para rebocar a parede ou o encanador que conserta o vazamento. Recebem pelo serviço que prestaram. Mas não são "do estado", como gostam de alardear. Não podem ter um plano de carreira, o que é imoral. A categoria acaba por exigir a criação de cargos e postos de trabalho, pensando unicamente naquelas pessoas que, mesmo sem concurso público, exercem cargos. Elas são mais importantes que alunos no nosso sistema escolar. Sempre foram.</div>
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O tal do "porte das escolas" é uma forma de elas terem ali dentro quantas pessoas quiserem chamar. Mas... por que será que de todos os regimentos de escolas que possam ser procurados em suas respectivas páginas na SEED, nenhum passou pela correção de algum pedagogo? Ou por que todas as provas, os planejamentos docentes, tudo que consigo nas escolas, também descumpre a lei e nenhum funcionário viu?</div>
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Inclusive os projetos executados em contra-turno, apenas pretextos para a contratação de parentes, amigos, gente que às vezes têm só a matrícula na faculdade como passe de entrada para essas benesses. Quem vai às escolas, vê dois ou três alunos jogando xadrez, ou brincando de três cortes na quadra. E ali estão dois projetos (que o próprio governo usa para dizer que está implantando o ensino em tempo integral). Um executado pela filha da diretora; o outro, por uma prima da professora de matemática. O sindicato e a categoria não aceitam o cancelamento desses projetos. Em um estado racional, haveria algum comprovante de resultados e, a partir destes, o governo poderia ou não cancelar. Aqui, não há exigência de resultados. Há, sim, uma tradição escolar de que a secretária arranje um cargo como Agente Educacional II para o namoradinho da filha. Na nossa tradição, essas pessoas que surgem de mãos abanando vão parar nas bibliotecas escolares. E têm relação direta com a nossa tradição da decoreba (nas provas) e da cópia (nos trabalhos). Ai do professor que pedir um trabalho (mesmo cópia) com mais de uma fonte de pesquisa! </div>
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Parece estranho que as escolas tenham se tornado local privilegiado para o empreguismo. E que a categoria tenha essa situação de favorecimento como moral. Havia tantos cartazes nas manifestações com a palavra "ética" que é de achar estranho (não é?) que eles queiram manter uma tradição que é a dos politiqueiros de cidadezinha. </div>
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Agora, ela é condição para a volta às aulas. Certamente, a categoria vai aceitar sem problemas a violação de leis que exigem exames laborais para contratações. Afinal, é emprego. </div>
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A nossa escola também é parte de nossas tradições políticas. Será que Anchieta já fazia isso?</div>
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http://app.com.br/greve/?p=1189<br />
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http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/03/1598207-justica-determina-que-professores-em-greve-no-parana-voltem-ao-trabalho.shtmlEdson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-32809144276810503372015-02-16T22:09:00.000-08:002015-02-16T22:09:03.701-08:00Ensino de arte: há mais corrupção nele que em tantas salas de governantes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Arte, divina arte. O que fazem contigo nas escolas públicas? Quem são os profissionais que se encarregam de ensinar-te? Será que eles sabem o teu conceito? Estudaram a tua história? Sabem as estéticas que te constituem?</div>
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Será que são professores que pegaram aulas de arte sem terem nenhuma formação na área? Será que são pessoas que, nas suas vidas pessoais, nunca se importaram contigo? Pessoas que debocham dos grandes artistas, transformando seus nomes em apelidos? Pessoas que agem como idiotas diante das grandes obras das artes espaciais? Que nunca leram as grandes obras da literatura? Jamais ficaram uma hora diante de um grande filme? Nunca pisaram em um teatro?</div>
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Quem são elas? Só se pode saber, grande arte, que elas acreditam que essas coisas reproduzidas abaixo são arte. São trabalhos dados a alunos de oitavo ano. Ou seja, a ignorância é assustadora. Pintar o coelhinho ou escrever chavões sobre mãe, não seria isso tudo a blasfêmia que te ofende, grande arte? Não haveria um inferno para esses que te ofendem?</div>
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Parece não haver. Elas passam vinte, trinta anos como professores de arte. Chega o dia em que levam o alunos para pintar as paredes da escola, lixar carteiras, plantar grama, achando que finalmente descobriram uma finalidade útil para suas aulas. Não é revoltante, grande arte, ver professores e diretores fotografando alunos lixando carteiras, lavando os riscos das paredes, e postando essas atitudes antiprofissionais como sendo aulas de arte? </div>
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Por que esses professores aparecem nas redes sociais se fazendo de nervosos porque não conseguiram aulas neste ano? A gente as encontra reclamando nos núcleos de educação, por quê? Por que eles exigem do governo a criação de vagas para eles, que nem ao menos são concursados? Muitos mal fizeram a matrícula na faculdade, não é mesmo? </div>
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Como dizer a eles, grande arte, que para quem te pratica és tu que das sentido à vida? Como explicar que, para um filósofo como Hegel, tu és uma das três manifestações fundamentais do espírito, junto com a religião e a filosofia? Como dizer a essas pessoas que elas passam, mas tu permaneces? Como dizer a elas que um gênio da arte, como Proust, te considera a única coisa capaz de resistir ao tempo?</div>
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Não há jeito, não é mesmo? Esses professores nem ao menos conseguem aprovação em concurso nas disciplinas em que são formadas. Nem mesmo as que se formaram em toscos cursos de finais de semana para darem aulas sobre ti. Pintar coelhinhos e recortar revistas é fenômeno que mostra a disposição que os professores têm para proporcionar um ensino de qualidade, que seja formador.</div>
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Não é engraçado, grande arte, que esses profissionais se coloquem como capazes de formar o senso crítico do povo, de derrubar corruptos, quando eles gritam diante dos palácios? Isso tudo não é corrupção, grande arte?</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnS4fbsVm8ejaLnN4ioJCAmyU3IbW_gcY28e2A4vRSSjf5eOzKJrTqelx_Anaa09tEhowAEFNfq5Fi8sj3n55cmeoCxZ66ttIQ0_cZCdyWDOQk7qBD62x8wG0P_UTeVFR7p1oAs-0Rd3pX/s1600/erico.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnS4fbsVm8ejaLnN4ioJCAmyU3IbW_gcY28e2A4vRSSjf5eOzKJrTqelx_Anaa09tEhowAEFNfq5Fi8sj3n55cmeoCxZ66ttIQ0_cZCdyWDOQk7qBD62x8wG0P_UTeVFR7p1oAs-0Rd3pX/s1600/erico.jpg" height="320" width="232" /></a></div>
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<br />Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-49218809038288094972015-01-30T16:35:00.003-08:002015-01-30T16:37:28.924-08:00Exemplo de "formação" de professor: como a falta de habilidades se torna só um detalhe<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwBqqt16cB_KlTpwQbV8rmJ9_8G__IwtHTA4WQDllwU3Xkk_z7UAkeAbPo7y4new46U1m9iBBuN5ye51ofN0s7FkwFsY7n6SSblsIV458WnatePUp9dOh6TLP6Atrhiheume9gYuNJSsy9/s1600/uni7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwBqqt16cB_KlTpwQbV8rmJ9_8G__IwtHTA4WQDllwU3Xkk_z7UAkeAbPo7y4new46U1m9iBBuN5ye51ofN0s7FkwFsY7n6SSblsIV458WnatePUp9dOh6TLP6Atrhiheume9gYuNJSsy9/s1600/uni7.jpg" height="640" width="459" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcuxBKSgKnuMYkCjEb-uXA5BY1rQufRv6kE9_ZKFnQ5mR5dWtXzTA2Tj9e0a5drnNn0Ie5KCq-5vCyHiQp8P3bDSpgOnipB5aGEA1jmukWNOTjold594HtjRXscZNbeZmjz0SIgGUDQ_77/s1600/uni8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcuxBKSgKnuMYkCjEb-uXA5BY1rQufRv6kE9_ZKFnQ5mR5dWtXzTA2Tj9e0a5drnNn0Ie5KCq-5vCyHiQp8P3bDSpgOnipB5aGEA1jmukWNOTjold594HtjRXscZNbeZmjz0SIgGUDQ_77/s1600/uni8.jpg" height="640" width="417" /></a></div>
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Fica difícil compreender a natureza de um documento como este acima.</div>
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Escrito por um aluno de licenciatura em física, contém um trecho de história, outros riscados, mas encimados pelo nome que o identifica. Em seguida, o enunciado pede o resumo de um capítulo de livro. A disciplina é História e Filosofia da Educação. A mesma folha foi usada para vários pretextos, mas só um o aluno concretiza. Usa a folha de caderno para fazer um "desabafo" e deixar claro que não fará a atividade pedida. Ele fala sobre uma provável reprovação na disciplina como se isso nada representasse na sua formação como professor de física. A certeza de que, reprovando ou não, sabendo ou não escrever, estará formado e habilitado para atuar, proporciona a ele a segurança para se declarar inapto. Trabalharia, ao longo da carreira, sobretudo na condição de professor temporário, pois tal professor não passaria, evidentemente, pela redação em um concurso público. Um dos motivos de esses professores terem lutado para excluir a redação do concurso público. Raciocínio rasteiro, do tipo, "eu não preciso saber escrever para lecionar física".</div>
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Poderia parecer uma humilde confissão de falta de habilidade. Mas é uma afronta a quem leciona a disciplina. O aluno se coloca na condição de quem não precisa saber escrever. Mais do que isso, ele escancara uma formação problemática fora da educação formal. Sua linguagem é inadequada para o ambiente acadêmico. Certamente, é a única dominada por ele. Passou pelo ensino básico assim, provavelmente sem nunca ter levado as aulas a sério. Trata-se de um pretexto para que o mesmo possa exibir a linguagem de seu meio. O uso de expressões chulas, típica de meios violentos e de baixa instrução, serve para que se infira o passado do graduando como aluno, talvez a sua formação moral. Ele está querendo insinuar que é para se ter medo. Linguagem chula, usada para mostrar uma atitude de quem não respeita convenções e não se importa com elas. O universo de pichadores, de quebradores de pontos de ônibus, de quem convive com atitudes de inadequação a normas de convívio social, é o que ele quer exibir, com certo orgulho disso. Certamente é um bolsista, mas não deve haver uma exigência de regimento. É quase uma formação continuada, que visasse apenas a formar, sem capacitar.</div>
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Aluno de escola pública. Daqueles que a escola passa para se livrar logo. </div>
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Mas, independente de qualquer julgamento dos valores sociais que a atitude do aluno desrespeita, fica evidente a sua falta de habilidades. Ele não sabe escrever, nem só em termos de domínio da variante padrão, ou de estrutura de texto, mas de habilidades cognitivas, como entender um capítulo de livro ou de apostila e encontrar nele as ideias, seu tema, a demonstração deste, aquilo que faz do texto uma unidade. Trata-se do aluno que só consegue copiar ou reescrever frases, de modo a acumular um número delas e o mesmo possa dar a tarefa como pronta.</div>
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Este graduando pode ser visto nas escolas públicas, já atuando como formado, através de seus pares. Pode ser visto em inúmeros exemplos de docentes que não dominam a escrita, não compreendem propostas curriculares, documentos oficiais, ou mesmo os livros-texto das suas disciplinas. Mas atuam. Passam o ano letivo mostrando filmes, fazendo alunos escreverem cartazes, ou dando nota a partir da dança na festa junina, do desfile cívico, da colaboração para a merenda. Consideram ridículos os cursos de capacitação, as revistas sobre educação, as propostas, pois eles chegaram a seus cargos sem dominar as habilidades que os capacitariam para as mesmas. E protestam porque o governo chamou para atuar os aprovados do último concurso realizado.</div>
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A certeza da possibilidade de atuar, mesmo sem essas habilidades, é aquela mesma que leva tantos docentes a não ver nenhum motivo para desenvolvê-las. Lembra o meu professor de física, em 1985, que entrava na sala de aula e pedia que cada um saísse por vez, para a direção pensar que ele estivesse dando prova. Quando alguém lhe perguntava se daria conteúdo, ele debochava e dizia que ninguém ali precisava de aulas. </div>
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É fácil entender o modo como tais graduandos e docentes enxergam a educação. A folha acima só pode ser entendida como uma explicação para essa cegueira.</div>
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-26488925282051465622015-01-28T18:19:00.002-08:002015-01-28T18:20:57.481-08:00O analfabetismo funcional entre graduandos. (É de verdade sim.)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjFZLQqrW6J5O6Qk_GxU26b4-MjqXiOeevWnw3CSOPt9dG-U7hus6bXAsm-1l1kwSoLbyWF5wO6v_KnUxBeI1TOoTFnsXSB8jj2logOQY2BL3xa-yIsdwNTDC8GuvCfQdkeUsJ6Noevuwd/s1600/lobato1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjFZLQqrW6J5O6Qk_GxU26b4-MjqXiOeevWnw3CSOPt9dG-U7hus6bXAsm-1l1kwSoLbyWF5wO6v_KnUxBeI1TOoTFnsXSB8jj2logOQY2BL3xa-yIsdwNTDC8GuvCfQdkeUsJ6Noevuwd/s1600/lobato1.jpg" height="155" width="320" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ_thaZzB2FkDCMpTstAwBpmZl2Z23EkkMyhYlAH3obPOJN36GcDeOyETRBTWtwQ8AlySV1IB6yKlOJxZsziKgcQ5qu_QEBWsSCkcFHrAzFRp3XjGY9YZ3ggSjn908Rfok4mw40nZ_wk50/s1600/lobato2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ_thaZzB2FkDCMpTstAwBpmZl2Z23EkkMyhYlAH3obPOJN36GcDeOyETRBTWtwQ8AlySV1IB6yKlOJxZsziKgcQ5qu_QEBWsSCkcFHrAzFRp3XjGY9YZ3ggSjn908Rfok4mw40nZ_wk50/s1600/lobato2.jpg" height="67" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaA2H05Zo7FhCxXyMMcPkQaheC2kR1vHEXUzkPqvQBb1ZqvDJ4s_CobwNnMWogobyFW_r_lObUSIUtBMzdMThNf_J8hXnWr4HgviHmK5zhAJYiVne7BODnwdJhtrXZIi1BRdHmQWJg4SzD/s1600/lobato3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaA2H05Zo7FhCxXyMMcPkQaheC2kR1vHEXUzkPqvQBb1ZqvDJ4s_CobwNnMWogobyFW_r_lObUSIUtBMzdMThNf_J8hXnWr4HgviHmK5zhAJYiVne7BODnwdJhtrXZIi1BRdHmQWJg4SzD/s1600/lobato3.jpg" height="39" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhOKovJdb7rLpNKyc64vVjkY7qWzA1WB4WnufZTRkQLaxNKnjtmTXIRaNfjTMMBnJtjh1nuTCNsjEZmJgUyB9RI4O0GmJQmsNl6Umf6FEqAQJX8-eup0SZAw0I-0F67uPUn62zcRF8DDPE/s1600/lobato5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhOKovJdb7rLpNKyc64vVjkY7qWzA1WB4WnufZTRkQLaxNKnjtmTXIRaNfjTMMBnJtjh1nuTCNsjEZmJgUyB9RI4O0GmJQmsNl6Umf6FEqAQJX8-eup0SZAw0I-0F67uPUn62zcRF8DDPE/s1600/lobato5.jpg" height="48" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQrMZ6Bao_AljnNwsK03aclo4QQ92ScE4ZcSiFjKjowAuzdpiH4wNMT9GH-PkLmnidZ1CGZL-DMwZQMmRWYcgEqvnHta8vmv6Jed-lm-kcPd316KyCU6DYyGpEsw6hoyXfNS8naBkBKIYs/s1600/lobato6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQrMZ6Bao_AljnNwsK03aclo4QQ92ScE4ZcSiFjKjowAuzdpiH4wNMT9GH-PkLmnidZ1CGZL-DMwZQMmRWYcgEqvnHta8vmv6Jed-lm-kcPd316KyCU6DYyGpEsw6hoyXfNS8naBkBKIYs/s1600/lobato6.jpg" height="164" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
As imagens mostram trechos de provas feitas por alunos de graduação em psicologia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Poderiam ilustram quais situações, além de serem evidências de analfabetismo funcional?</div>
<div style="text-align: justify;">
Podem ilustrar a ingenuidade das instituições, ao acreditar que é possível colocar tais profissionais no mercado de trabalho, pois supõem que eles aprenderiam com a prática. A prática de tais profissionais é a do psicólogo que diagnostica como TDAH aquilo que é apenas má educação. Que sabe aplicar os questionários para diagnosticar a razão de o aluno fracassar a partir de questionários com onze perguntas. </div>
<div style="text-align: justify;">
Seria ingênuo acreditar que tais alunos, que iniciam assim as suas graduações, possam chegar à metade do curso lendo Piaget ou Jung. Não lerão, não apenas porque nunca lhes será pedido, mas porque o analfabetismo funcional implica na incompreensão daquilo que se lê. </div>
<div style="text-align: justify;">
Os exemplos acima são abundantes. O aluno que, em três linhas, escreve o que seria "a partir" de dois modos diferentes evidencia não apenas despreparo, mas falta de atenção, descaso com a atividade, que nem chegou a revisar, além de uma falta gritante de ordenamento do próprio pensamento. A falta de métodos para escrever e pensar está relacionada à incompreensão dos sentidos. Mas também do código. Não há fundo nem forma. </div>
<div style="text-align: justify;">
Não se detecta nem a habilidade de escrever nem a de emitir sentidos. Apenas chavões emitidos numa escrita de aluno em fase de alfabetização. Como se o professor tivesse levado tais provas a uma turma de terceiro ano. Nem sequer os nomes próprios foram escritos com maiúsculas, na maioria dos casos. O aluno copia errado até mesmo o nome do livro que comenta. E seu comentário é feito de frases em que as palavras não formam sequência nem sentido. O que ele quer dizer com "O texto reçalta do livro (...) em utilizar palavras com desumanização"? </div>
<div style="text-align: justify;">
A escandalosa falta de conhecimentos de escrita resulta em frases infantilizadas, em trechos como "Adultos esses mesmo que deveria dificultar o acesso ao uso do tabaco (...)", em que a concordância é típica da oralidade. O aluno parece não ter contato com a escrita formal. Certamente chegou à graduação sem nunca ter lido senão trechos esparsos. </div>
<div style="text-align: justify;">
O que poderia ser "expondendo"? O que faz a frase "por ser populosa" no trecho? O aluno troca as vogais, o que nem se pode ver como problema originado por dificuldade ortográfica. O que pode haver de complexo na palavra "mina", fora o descaso que levou o aluno a chegar à universidade sem reconhecer vogais? </div>
<div style="text-align: justify;">
O trecho em que o aluno escreve sobre ter começado a fumar evidencia que a escrita é, para ele, apenas uma tentativa de tentar grafar a sua própria fala informal, sem nenhuma intenção de produzir um gênero textual ou de adequar-se às normas da variante padrão. É apenas uma série de repetições de frases, como num desabafo em meio ao grupo que fuma junto com ele, no pátio. "Comessei a fumar, fumano" é um exemplo desse analfabetismo, que já não é apenas funcional, mas, ostensivamente, um esforço por tentar grafar uma fala que também não conhece as variações da linguagem. É apenas a linguagem doméstica, que desconhece as exigências da adequação linguística, mesmo quando na forma oral.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assustador. Repulsivo. Amedrontador. Daqui a alguns meses, esses graduandos estarão avaliando sintomas de alunos, emitindo laudos, sendo colocados para cuidar daqueles mais problemáticos. É fácil imaginar uma psicóloga assim formada "batendo um papo maneiro" com o aluno que está descobrindo os prazeres do tabaco. E dizer: "Eu cheguei até aqui sem nunca ter precisado aprender nada dessas coisas que querem que você estude. Pra que ficar cobrando essas coisas?" </div>
<br />Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-38620423892160894842015-01-28T16:41:00.002-08:002015-01-28T16:41:39.990-08:00Escrita de graduandos em letras e de professores das tais. São amantes das letras, sem dúvida.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFVFRKG1bmCHUDvX04JBhP7cMKhhpvPj0AOfbaXRBjcfXPNjHOE2LFnXZ8EPXP0oJhK6VCZDFj0B-TlCoRBzU9Pi-0PTdIGVP4GQnkCdzSthumthri1nuUmgK3oroHvj1f8_ClUguljFfu/s1600/uni30.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFVFRKG1bmCHUDvX04JBhP7cMKhhpvPj0AOfbaXRBjcfXPNjHOE2LFnXZ8EPXP0oJhK6VCZDFj0B-TlCoRBzU9Pi-0PTdIGVP4GQnkCdzSthumthri1nuUmgK3oroHvj1f8_ClUguljFfu/s1600/uni30.jpg" height="67" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2NuYFeF6MxJg96ackFEQqEn9VfMaDQo4uPhhj8uhrfUMg8H5JyyZNREvk98mlFfmfubxw1VPgbKpG1qXo5iNSBEpLjdLkwPcxqkcC9GckRrXUy8UT_8MNd-Gj7mqEVms1FKSKMNuEe50_/s1600/uni31.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2NuYFeF6MxJg96ackFEQqEn9VfMaDQo4uPhhj8uhrfUMg8H5JyyZNREvk98mlFfmfubxw1VPgbKpG1qXo5iNSBEpLjdLkwPcxqkcC9GckRrXUy8UT_8MNd-Gj7mqEVms1FKSKMNuEe50_/s1600/uni31.jpg" height="81" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os duas imagens se referem a trabalhos feitos por alunos de licenciatura em letras, já em meio de curso. </div>
<div style="text-align: justify;">
O desconhecimento dos princípios da língua portuguesa, que alguns já ensinam como professores temporários em escolas públicas, fica evidente. Desconhecer o uso do verbo "haver" pode parecer apenas mais um erro recorrente dessas gerações que saem das redes sociais paras as universidades privadas. Mas o aluno vai além: o que ele diz é apenas uma séria de frases soltas, sem relação com tema ou com o gênero textual. O que ele quer dizer com "participação especial em cada época de sua existência"? Poderiam não ter nenhuma participação em épocas quaisquer de suas existências? É uma frase de um adulto ou de um pré-adolescente? Mas é alguém que, no ano seguinte, estará com seu diploma de licenciado em língua portuguesa. É uma conclusão de trabalho. Quatro linhas ou menos, sem nenhuma formatação. </div>
<div style="text-align: justify;">
O segundo exemplo é de um resumo de um trabalho sobre escritores latinos. O mesmo desconhecimento acerbo da língua portuguesa. O aluno usa "ambos" para se referir a uma série de autores. Não conhece acentuação. Nem concordância verbal. Em que tempo está "contemplara"? Esses autores têm "uma certa influencia aos estudiosos clássicos"? O que são "estudiosos clássicos"? De onde veio essa regência? Não parece a escrita de um adulto.</div>
<div style="text-align: justify;">
São exemplos do que hoje é encontrado em cursos de letras. Imaginar tais alunos, já formados, preparando seus alunos para o Enem, é um belo exercício de indignação prévia. Alguns já fazem isso, como temporários. Seus alunos talvez acabem em cursos com esse mesmo nível de exigência. É uma circularidade evidente. Instituições que vivem de alunos que prepararão, como professores, novos alunos para elas. </div>
<div style="text-align: justify;">
São alunos de cursos de letras. Ou seja, sentem-se vocacionados para as tais. O que seria a escrita de alunos de outros cursos de licenciatura?</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem for às escolas públicas e ler os documentos que tais professores preparam, já formados, compreenderá muitas das razões para absurdos como os que seguem abaixo.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWkZf6UxiIr83Dw9ksa5zOE2oTyh62dRlHLivRy0dMgjUmAWcPPKDeRzH_bhotleP1NzBWk6Srep5LewMvWAuMIypHq6d-ZP5EPIFXPstM1pU5nAyi3C-YrdXGBKm9xsbm2O45oSFQWhSW/s1600/olavv.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWkZf6UxiIr83Dw9ksa5zOE2oTyh62dRlHLivRy0dMgjUmAWcPPKDeRzH_bhotleP1NzBWk6Srep5LewMvWAuMIypHq6d-ZP5EPIFXPstM1pU5nAyi3C-YrdXGBKm9xsbm2O45oSFQWhSW/s1600/olavv.jpg" height="320" width="239" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn82f1XZzXan2tZ-Z6jGG08V85b4CktQFLD9k4cMHRlJbFzAnEqddOA8oqLiyKSX9EmR5v_Y0Abn41G5IIBuEEF4Q2fbIWUqdmwgEKD5lty8OsKX6oxsgpOtLyiyw2BFZnrdOQV8teAFNm/s1600/trevisan3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn82f1XZzXan2tZ-Z6jGG08V85b4CktQFLD9k4cMHRlJbFzAnEqddOA8oqLiyKSX9EmR5v_Y0Abn41G5IIBuEEF4Q2fbIWUqdmwgEKD5lty8OsKX6oxsgpOtLyiyw2BFZnrdOQV8teAFNm/s1600/trevisan3.jpg" height="320" width="228" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O desconhecimento do que constitui cada proposta curricular, de qualquer metodologia, e até de princípios de coesão, ou de regras sobre uso de letras maiúsculas, é uma consequência da formação desses alunos. Mas, evidentemente, também é uma opção pessoal, daquele que, enquanto aluno, se recusava a adquirir habilidades e que, depois de formado, sentiu um grande alívio por ter passado incólume pelos cursos de licenciatura. E não vê motivos para mudar essa situação.</div>
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-84269694537384798062015-01-28T16:03:00.000-08:002015-01-28T16:03:11.534-08:00O ensino público, laico e includente<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_caGaS14AbZSPar0s2IULhkGVVl6qyjIhPl5XahCdPToqTK-YZieMU8e7lkfgt1VSRRsu5DDIxWMTA20nd9N8hoJhKqfYmjkgZ-8yjwiEcy2z7Ju0L-skQPnYuboOgl1IAwAVxiKpjOAM/s1600/missa2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_caGaS14AbZSPar0s2IULhkGVVl6qyjIhPl5XahCdPToqTK-YZieMU8e7lkfgt1VSRRsu5DDIxWMTA20nd9N8hoJhKqfYmjkgZ-8yjwiEcy2z7Ju0L-skQPnYuboOgl1IAwAVxiKpjOAM/s1600/missa2.jpg" height="320" width="211" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Q0Qawb-0tSojLMxCDRFF2Os4ikLblz7zLVX8jn2lWQjns3zq3ZvOs7CuoedJ3iGexjSi8H8Pn1JPyykjGR6sE5Bjox5j6aeinxCq5zyNyAomCdtVckDv6k9l3u5zEhrAxDdnFGwRL5BN/s1600/DSC03409.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Q0Qawb-0tSojLMxCDRFF2Os4ikLblz7zLVX8jn2lWQjns3zq3ZvOs7CuoedJ3iGexjSi8H8Pn1JPyykjGR6sE5Bjox5j6aeinxCq5zyNyAomCdtVckDv6k9l3u5zEhrAxDdnFGwRL5BN/s1600/DSC03409.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV7-Knq50sUIkFqhAAg-MjyLz-z6wrRl0BU4Nzgi0S2HhLzIgYHRRCeBAGd2_mHCnQKMEgSYQB1nXRgF03C5Z2PL7V3DswZVQcWU-1FXFh92XU450LyCNHOvnIIX1elKjjGjanhqF68oVd/s1600/DSC03410.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV7-Knq50sUIkFqhAAg-MjyLz-z6wrRl0BU4Nzgi0S2HhLzIgYHRRCeBAGd2_mHCnQKMEgSYQB1nXRgF03C5Z2PL7V3DswZVQcWU-1FXFh92XU450LyCNHOvnIIX1elKjjGjanhqF68oVd/s1600/DSC03410.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<br />
As fotos acima são um exemplo evidente do que o ensino público faz com os princípios de laicidade do estado brasileiro.<br />
A primeira foto é de uma escola no norte do Paraná. O Colégio Estadual Padre Guálter Farias Negrão. Trata-se de uma missa no pátio da escola, realizada em dia letivo. Os alunos que não são católicos, como de hábito, ficam sentados à parte, "sem atrapalhar", como pedem os diretores, mas precisam estar presentes para não levarem faltas. E a escola alega que isso é democracia, porque a maioria dos alunos seria católica. É o mesmo princípio que leva alguns estados muçulmanos a fuzilarem minorias de outras religiões em seus territórios. Ou que fazia o Brasil ter religião oficial em épocas das quais esses educadores insistem em não querer sair.<br />
A segunda é do Colégio Estadual Ângelo Gusso, em Curitiba. Percebe-se que não se trata apenas do uso de uma imagem ou de um livro sagrado. É uma altar, inclusive com um arremedo de vela, em frente à biblioteca, área de circulação de alunos. Como esses ícones não se autoproclamam padroeiros de nada, a escolha de uma santa ou outra é critério de quem possui alguma forma de autoridade, algum poder de impor sua vontade sobre os direitos de todos. Com certeza, os alunos também oram durante as aulas.<br />
A terceira foto é de duas imagens, uma grande e outra, menor, colocadas no setor de recursos humanos do Núcleo Regional de Educação de Curitiba. O fato de um departamento, localizado em instituição reguladora, ostentar assim o seu desrespeito pelos princípios constitucionais é uma evidência desse mesmo respeito no que se refere ao cumprimento de outros princípios. As pessoas que ali chegam para serem atendidas já são devidamente caladas, "colocadas no seu lugar", quando os funcionários desse setor evidenciam que não estão se importando com leis de abrangência nacional. A sua idoneidade vai para o lixo.<br />
É comum que escolas confundam a laicidade do estado com ecumenismo, acreditando que todas as religiões devem ser respeitadas, mas a de quem possui o poder de um cargo terá prevalência sobre as demais. A falta de informação leva a essas exibições grosseiras de abuso de poder.<br />
Quando fui perguntar à área do núcleo de educação responsável por direitos acerca desse descumprimento, a funcionária me direcionou ao departamento de ensino, como se o problema não dissesse respeito a aspectos legais. Essas atitudes de obscurecimento de informações funcionam como uma forma de fazer os reclamantes desistirem de direitos conquistados pela sociedade.<br />
Curioso é que essas instituições se definem como educadoras e as pessoas que colocaram esses símbolos ou promoveram esses rituais se definem como formadores de espírito crítico, promotores da cidadania. Educadores, por fim.<br />
Na verdade, ainda não chegaram ao século XVIII. Veem o estado como o espaço onde podem mostrar a sua falta de conhecimento de princípios democráticos e humanistas.<br />
O que será que essas mesmas pessoas fazem com a legislação escolar e com o conhecimento científico? O de sempre. Fazem nas suas vidas públicas o que fazem nas suas privadas.Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-62357140470951903282014-01-18T18:46:00.001-08:002014-01-18T18:46:29.945-08:00Manuais de estágio do curso de magistério de Faxinal: a construção dos equívocosO trecho abaixo foi retirado de artigo que inscrevi em um Seminário na Unesp de Araraquara, em 2019. Fala sobre os manuais de estágio dos alunos do curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual Érico Veríssimo, de Faxinal. Havia casos assustadores, como a de uma aula sobre peixes em que os exemplos, assim como o material de apoio, se referiam a baleias e golfinhos. Outro exemplo: uma aula sobre o uso de "mal' e "mau", em todos os exemplos não correspondem às definições. No entanto, as notas eram sempre as máximas, em todos os manuais, mesmo diante de erros conceituais ou de escrita. O aluno não sabe o que é metodologia, e confunde tal conceito com a quantidade de materiais que usa para dar suas aulas. Enfim, percebe-se que o aluno não passa pelo desenvolvimento de conceitos científicos, ou que a presença de termos presentes na terminologia científica não significa que eles estejam sendo compreendidos ou postos em prática. Na verdade, uma cosmética pedagógica.<br />
O trecho:<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 42.55pt;">
No que se refere às
práticas de regência, a padronização é menor. O que se constata aqui é que a
extensão dos projetos impede que eles sejam feitos de forma muito apressada. O
que não impede que existam planos de aulas idênticos de um aluno para outro, ou
que o mesmo plano seja aplicado em séries diferentes. O aluno executa um plano
de aula, e precisa especificar elementos como tema do projeto, justificativa,
objetivos, metodologia, cronograma, recursos, avaliação, parcerias, e
referências bibliográficas. O espaço para o preenchimento dos 4 primeiros
elementos é maior, passando de 10 linhas, mas, para os seguintes, pode cair
para menos de 4 linhas. A maior parte das páginas é dedicada ao preenchimento
das atividades, tal como ministradas pelo aluno: o conteúdo conforme foi
trabalhado, textos, atividades de fixação, avaliações, dentre outras. É comum
que o estagiário afixe recortes em materiais sintéticos (de forte impacto
visual), cópias xerocopiadas de textos, enquanto as atividades propostas para
os alunos aparecem obrigatoriamente já preenchidas.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 42.55pt;">
Os principais elementos
observados quanto à regência são os seguintes:</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
a) O aluno não distingue com clareza os conceitos de objetivo e
metodologia, exigidos quando da elaboração dos projetos. Assim, é possível
perceber que o aluno se evade dessa dificuldade modificando a forma verbal que
utiliza para introduzir um tópico como objetivo. Os objetivos aparecem
introduzidos por verbos no infinitivo: <i>“Reconhecer
o nome de cada estação do ano”</i>, <i>“Identificar
cores, números e letras”</i>, o que, muitas vezes, remete à própria atividade
proposta (<i>“Pinte as figuras abaixo e
ligue as estações do ano correspondentes”</i>), em que o verbo introdutor
costuma aparecer no imperativo (<i>“pinte”</i>,
<i>“preencha”</i>, <i>“ligue”</i>). Em alguns casos, o objetivo é o enunciado da atividade,
com a mudança operada no verbo. Outras vezes, instaura-se uma relação em que ao
professor-estagiário caber uma função ativa (<i>“Contar uma historinha sobre o Fundo do Mar”</i>), enquanto ao aluno
cabe uma função passiva (<i>“Ouvir história
e interpretá-las </i>(sic)<i>”</i>).</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 42.55pt;">
b) O aluno vê na atividade
ou conteúdo o próprio objetivo da aula. Assim, aparecem como objetivos de
projetos tópicos como <i>“realizar todas as
atividades deste projeto”</i>, <i>“cantar
músicas”</i>.<i> </i>Essa redução dos
objetivos à atividade em si é uma constatação evidente de que o estagiário não
enxerga no conteúdo um meio, mas sim uma finalidade. Este valeria por si, não
pela competência que pudesse instaurar. Cantar músicas fica sendo a razão final
da aula, não as competências interativas, fônicas ou estéticas que a ação de
cantar possa desenvolver.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 42.55pt;">
c) O aluno reduz o
conceito de metodologia apenas aos encaminhamentos metodológicos a serem
utilizados naquela aula. Em questionário individual, repostas como <i>“A metodologia é a maneira utilizada pela
professora de transmitir o conteúdo. Já o encaminhamento metodológico é a
descrição das atividades propostas”</i> evidenciam uma preocupação com o
preenchimento dos projetos, e menos com essa maneira a ser utilizada, pois,
mesmo os manuais pedindo a metodologia, todos os alunos enumeram apenas
recursos. Quando se pediu a cada aluno que descrevesse um procedimento
metodológico desenvolvido a partir da pedagogia histórico-crítica, o que se
constatou foi a estandardização de respostas a partir de chavões pedagógicos,
como <i>“trazer para a realidade do aluno”</i>,
<i>“aprender a debater sobre questões
sociais”</i>. Essa perspectiva, no entanto, não pôde ser contemplada nas
atividades afixadas pelos alunos aos seus manuais. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 42.55pt;">
d) A prática do aluno não
se depreende da pedagogia histórico-crítica. Ao contrário, o que se percebe é
uma ausência de criticidade e de função social nas atividades propostas e em
seus encaminhamentos. Há o medo da deriva dos sentidos da palavra. Nas aulas de
língua portuguesa, detecta-se a desvinculação da linguagem de sua prática
social. Se tal aspecto pode ser atenuado no que se refere a turmas de Educação
Infantil, em que a tônica recai sobre a “alfabetização” e não tanto sobre o
“letramento”, para usar os conceitos de Tfouni (2006) e de Kleiman (1995),
autoras para quem o primeiro termo se refere à aquisição do código escrito,
enquanto o segundo se refere às práticas efetivas de utilização da linguagem, o
mesmo aspecto não pode ser desconsiderado quanto a séries mais avançadas, já do
Ensino Fundamental. É comum que o estagiário não disponha do conceito de
“gênero textual”, aqui assumido na perspectiva dos autores da Escola de Genebra
(Rojo, 2008). Por isso, ele fala sempre em <i>“historinhas”</i>,
mas nunca define o gênero textual a que as mesmas pertencem: são fábulas?
histórias em quadrinhos? piadas? Percebe-se que os textos de língua portuguesa,
seja para se chegar a questões de interpretação ou para se formular exercícios
de teor gramatical, são essencialmente narrativos. Mais que isso: narrativas de
gêneros incertos, pretextos para a prática escolar. Não pode ser culpa
unicamente do aluno se o livro didático que ele utiliza ainda vê a prática da
linguagem apenas como pretexto para aulas em que os gêneros se reduzem a
historinhas. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 42.55pt;">
e) A presença de erros
conceituais, que permanecem sem nenhum tipo de correção, seja pelo docente da
turma em que o projeto foi executado, seja pelo professor de estágio
supervisionado. Assim, é frequente que aulas sobre sílaba tragam erros
conceituais, quando palavras são classificadas pelo número de sílabas, pois
nelas ditongos e tritongos aparecem como encontros que se separam. O mesmo
ocorre naquelas atividades de separação de sílabas ou de junção de sílabas que
aparecem separadas. Uma atividade sobre os usos de “mal” e “mau” classifica o
primeiro termo como advérbio, invariável, mas registra para a palavra o plural
“males”. Erros que demonstram a fragilidade do ensino básico recebido.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 42.55pt;">
f) As avaliações recaem
sobre atividades em que o teor processual perde a ênfase. O aluno deve pintar,
completar, responder, mas há sempre uma possibilidade certa para sua atividade.
Ou o que poderia ser um processo, como pintar e ler, perde a relevância diante
da checagem quantitativa da apreensão dos conteúdos. Em partes desses manuais,
é comum expressões clicherizadas, como <i>“avaliar
a participação”</i>, <i>“a avaliação é um
processo contínuo”</i>, mas, na aplicação das atividades, o que se avalia é o
desempenho pontual.</div>
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-86044540123111752752014-01-12T14:45:00.000-08:002014-01-12T14:53:27.932-08:00Escola Angelo Trevisan: a abjeta contribuição à formação de leitores de lixo mercadológico.As cópias abaixo se referem a exercícios de um impensável e abjeto projeto de leitura de textos literários desenvolvido pela Escola Estadual Angelo Trevisan, de Curitiba.<br />
É risível, quando se constata que o projeto foi elaborado apenas para satisfazer egos daquela esfera da sociedade que não lê nem conhece literatura, mas que jamais o admitiria e tenta afetar hábitos nesse sentido. Percebe-se a mão pesada de uma dessas professoras formadas há muito tempo em faculdade aonde o aluno só ia nos finais de semana. Também dessa esfera que acha necessário que o aluno leia, mas que massacra toda compreensão do que seja um texto literário e, sobretudo, esbarra nos documentos oficiais que norteiam a prática escolar com a literatura.<br />
Pela mão de uma professora assim, o projeto é uma cópia exata daquilo que as Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa condenam, ao falar de como o ensino de literatura era feito na década de 70:<br />
<br />
Essa abordagem da literatura pode ser compreendida quando se resgata o contexto da época: no vigor da ditadura militar, não seria tolerada uma prática pedagógica que visasse despertar o espírito crítico e criador dos alunos. A leitura literária era compreendida como subversiva, pois levava o sujeito à reflexão e à compreensão de si mesmo e do mundo. Ainda na década de 1970, houve uma tentativa de rompimento com essas práticas. Entretanto, a abordagem do texto literário mudou apenas para uma metodologia que se centrava numa análise literária simplificada, com ênfase em questionários sobre personagens principais e secundários, tempo e espaço da narrativa. (DCE-PORTUGUÊS, p. 45)<br />
<br />
Graças a essa visão de um ensino praticado durante a ditadura, certamente aquele em que os pais dos alunos formaram seu conceito de ensino e de literatura, a escola desenvolve um projeto que agride a tudo que se considera como finalidade da prática de leitura de literatura na escola. Os documentos norteadores desse ensino, desde a década de 80, insistem na formação de leitores capazes de fugir ao que o mercado livreiro impõe como leitura, ou seja, a capacidade de diferenciar o texto literário dos best-sellers produzidos para um leitor de gosto mal formado.<br />
O ensino de literatura, portanto, volta-se para a formação do senso estético, o juízo de valor como resultante de um processo de formação de repertório, ou horizontes de expectativa, conforme se adote o conceito de Jauss ou o de Iser. O objetivo da leitura de obra literária é formar esse leitor capaz de diferenciar o fenômeno literário das produções destinadas ao mercado. Na expressão de um conhecido cronista, os “livros para mocinhas com cérebro de minhoca”, ou para a “dona de casa de Taubaté”, para usar uma expressão cara ao introdutor da Nova Crítica no Brasil, devem constituir objeto de repúdio por parte da escola.<br />
Levar o aluno a ter gosto pelo literário passa, evidentemente, pelo reconhecimento das especificidades estéticas que diferenciam a arte literária dessas produções mercadológicas. As diretrizes do estado do Paraná adotam a Estética da Recepção e a Teoria do Efeito Estético como norteadores para a prática docente. Ao aluno, cabe formar seus repertórios, que o levem a interagir com as obras lidas. Interagir esteticamente: não se fala aqui no gosto pessoal, o “prazer do texto”, conforme ironizado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Não se trata de ler qualquer coisa e sentir gosto: trata-se de formar leitores capazes de interagir esteticamente com o texto literário.
Por isso, essas diretrizes são específicas:<br />
<br />
A partir desse conceito, propõe-se, nestas Diretrizes, que o ensino da literatura seja pensado a partir dos pressupostos teóricos da Estética da Recepção e da Teoria do Efeito, visto que essas teorias buscam formar um leitor capaz de sentir e de expressar o que sentiu, com condições de reconhecer, nas aulas de literatura, um envolvimento de subjetividades que se expressam pela tríade obra/autor/leitor, por meio de uma interação que está presente na prática de leitura. A escola, portanto, deve trabalhar a literatura em sua dimensão estética. (DCE-PORTUGUÊS, p. 58)<br />
<br />
Para a Estética da Recepção, apenas o leitor que dispõe de um repertório considerável é capaz de ler com proficiência textos literários. A subjetividade, aqui, é ser um leitor-ideal, possuir referenciais para entender o texto. Isto porque o objetivo dessa leitura não é aprender conceitos morais, ou de cidadania, nem adquirir informações de mundo, mas é, de fato, uma leitura da obra como efeito estético. Literatura é arte. E arte é transgressão. Por isso, os Parâmetros Curriculares Nacionais são enfáticos ao defenderem projetos que não impeçam o acesso a obras de relevante valor literário. A ênfase em uma leitura que forme leitores críticos passa pela constatação de que a literatura transgride, leva a pensar. Mas as obras destinadas ao mercado não; seu objetivo é exatamente atender a um leitor sem formação estética e sem criticidade.<br />
Nas palavras do documento:<br />
<br />
A questão do ensino da literatura ou da leitura literária envolve, portanto, esse exercício de reconhecimento das singularidades e das propriedades compositivas que matizam um tipo particular de escrita. Com isso, é possível afastar uma série de equívocos que costumam estar presentes na escola em relação aos textos literários, ou seja, tratá-los como expedientes para servir ao ensino das boas maneiras, dos hábitos de higiene, dos deveres do cidadão, dos tópicos gramaticais, das receitas desgastadas do “prazer do texto”, etc. Postos de forma descontextualizada, tais procedimentos pouco ou nada contribuem para a formação de leitores capazes de reconhecer as sutilezas, as particularidades, os sentidos, a extensão e a profundidade das construções literárias. (PCN-PORTUGUÊS, p.25)<br />
<br />
Foi pensando em fazer exatamente o contrário do que preconizam as diretrizes oficiais do ensino que a Escola Angelo Trevisan elaborou um inócuo e repulsivo programa de leitura. É uma espécie de provocação ao que os teóricos que elaboram os documentos apregoam. É uma ofensa ao conceito de literatura como arte, como efeito estético. Na verdade, coisa de quem não lê e não sabe do que se trata. Mas que resulta nessa repulsiva falta de reconhecimento do que seja literatura ou valor literário. O que se vê é uma cosmética inócua, como a que leva a mesma escola a desenvolver o preconceito linguístico, ao considerar a variante padrão como superior. As diretrizes estaduais condenam aquela prática dos anos da ditadura, de um ensino que queria que alunos reconhecessem protagonistas ou personagens secundários. Mas a Escola Angelo Trevisan não saiu dos anos 70, aquele em que a professora pegava seu ônibus e ia para sua faculdade aos sábados. Lê-se para que o aluno saiba ortografia, para que seus pais possam dizer que seus filhos leem. Mas o que eles leem? O lixo do mercado editorial de língua inglesa, os best-sellers que viram filmes e que “garotas com cérebros de minhoca”, para usar a expressão do conhecido cronista carioca, costumam avaliar como “legais”, e apenas isso, pois a prática aqui se resume apenas a gostar ou não do livro. O resto é dizer quem são os personagens principais e os secundários.<br />
O nível de desconhecimento do que seja literatura e do que norteie a leitura do texto literário, na escola, leva a absurdos como o de a aluna ler textos didáticos sobre aves e répteis e considera-los como literatura, ou de ler poesia lírica e tentar encontrar nela as personagens principais e secundárias. E tudo é aceito. Basta o carimbo da professora.<br />
Trata-se de uma ofensa séria à arte literária e ao que ela significa. Trata-se de uma negação abusiva daquilo que os documentos oficiais determinam. Mas qual a função de quem dirige a escola, senão a de apoiar os equívocos da sua comunidade escolar? O que esperar de uma equipe pedagógica que não faz a menor ideia do que seja literatura e do que norteia o seu ensino? Nada, a ser não ser “fazer média” com pais que sabem ainda menos que esse pessoal, que é pago para fazer o professor cumprir o que determinam os documentos oficiais. Por isso, a aluna vai continuar achando que o lixo produzido para pessoas com esse nível de formação deficiente é de fato literatura e a comunidade vai achar que a aluna ter chamado de “legal” ou ter grafado “gostei” como julgamento da obra representam, de fato, as razões de fazer projetos assim. Considerando, ainda, que o acesso a obras literárias de valor é vetado pela escola, que permite o acesso apenas a seu estoque de lixo mercadológico. Quem disse que professor tem senso crítico ou formação estética? (Faz-me lembrar de um manual de estágio supervisionado de uma aluna de curso de magistério, que vi certa vez. A aluna dera uma aula sobre peixes, em que seus exemplos, inclusive feitos em painéis, eram as baleias e os golfinhos. Mas a professora avaliadora lhe deu 10,0 e conceito “ótimo”, afinal, a aluna era filha de uma superiora sua na hierarquia da escola. O mesmo acontece com esses professores e funcionários da referida escola: se os pais disserem que baleia é peixe porque eles aprenderam assim, no dia seguinte isso passa a constar da proposta curricular. Mais que isto: se o aluno disser que ouve em casa que baleia é peixe, o professor passa a riscar a palavra “mamífero” do livro didático.)<br />
A década de 70 está lá, na prática com a literatura, no ensino de português, na visão da variante padrão como norma culta. Esse fracasso gritante do ensino de literatura, aqui percebido, exibe o descaso para com um ensino baseado em critérios científicos. O achismo da professora da década de 70 permeia também as crenças desses pais e forma alunos que serão consumidores daquilo que a Escola de Frankfurt chama de “lixo cultural”.<br />
É risível, porque uma besteira assim passa pelo crivo de quem deveria considerá-la absurda. Mas qual desses funcionários possui repertório para isso? Aí já não é absurdo; é abjeto e revoltante. A escola vive na ditadura da ignorância compartilhada.
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEnUzLrW-qx2XNsRkmVp4OcGZ9vNE6rJA1fmsHTorsPpLrL5ZA_K3isatS7XB63e4fFvwblbCQkpyI2OYqYOBZUqByN7u9rkT-3iRhSxKDytObyQIFrYTuwPwz-yrI3mwAlFNZGQMVKr8Q/s1600/trevisan18.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEnUzLrW-qx2XNsRkmVp4OcGZ9vNE6rJA1fmsHTorsPpLrL5ZA_K3isatS7XB63e4fFvwblbCQkpyI2OYqYOBZUqByN7u9rkT-3iRhSxKDytObyQIFrYTuwPwz-yrI3mwAlFNZGQMVKr8Q/s320/trevisan18.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-87509930614156216352014-01-01T23:27:00.001-08:002014-01-01T23:54:53.301-08:00Colégio Padre Guálter. Ou Pobre Guálter? Ah, esses professores de História com muito senso crítico... A imagem que aparece nesta postagem é cópia extraída de um caderno de aluno de oitava série, daqueles que a escola premia com medalhas e é escolhido para representar turmas e participar de eventos.
Pode parecer zombaria, quando as deficiências de alfabetização estão gritando na escrita dele. A confusão com a representação de fonemas e com a pronúncia correta de palavras evidencia pelo menos oito anos de descaso. O descaso não incide apenas sobre quem educa, pois o texto didático que foi copiado pelo aluno, na página da direita, tal como está, deixa ver a falta de atenção deste para o modo como as palavras foram passadas na lousa. Para ele, não faz a menor diferença se os “am” do professor foram copiados como “ão”: diante de uma correção, o aluno diria ter copiado, os pais defenderiam o filho e o professor passaria por perseguidor. Há trechos que o aluno nem copiou e isto certamente não aconteceu porque o professor apagou antes de dar tempo para a cópia.
Essa falta de domínio da escrita também aparece no questionário com quatro perguntas. Nele, chega a parecer uma afronta as perguntas elaboradas pelo professor para os alunos responderem. O uso inadequado dos “porquês” em todas as perguntas poderia ser, outra vez, descaso do aluno ao copiar. Mas seria um problema menor diante da situação absurda que essas perguntas representam. O professor é um iletrado que quis sair do livro didático e elaborar as suas questões, algo que simplificasse as do livro e pudesse garantir uma revisão, talvez para uma prova. O resultado exibe a falta de domínio do professor em relação a usos recorrentes nesses questionários, como o de trazer um “por quê” depois de uma questão que quer saber uma consequência, quando se quer saber também a causa. Ou quando se pergunta uma opinião de forma peremptória, um ponto de vista para, em seguida, se exigir do aluno o argumento que o ampare. Aqui, o professor faz questões que já querem saber explicações longas, como o motivo de a guerra ter acabado. Elas começam com “por quê” e terminam insistindo no mesmo “por quê”. O que também ocorre com “qual”, na quarta questão. Tem-se uma tautologia, como uma mãe que pergunta ao grupo de filhos: “Quem foi que quebrou o vaso? Quem?” Um professor que sempre viu “por quê” em questões de livros e nunca entendeu para que eles servem. Observa-se que, em nenhum dos casos, a resposta dada possui a abrangência da pergunta. A exceção recai, evidentemente, sobre a quarta questão. Ela parece um abuso da função de professor. Chega a ser um absurdo que um professor de História tenha formulado tal questão. Mas ela aí está, com em outros cadernos da turma, o que evidencia que não foi elaborada pelo aluno. Se tivesse sido, o professor consciente do processo de construção de conhecimentos teria exigido a sua refacção, indicado por que ela não pode ser considerada um conhecimento de História. Mas, neste caso, ela ficou. Se o aluno a criou, foi aceita e compartilhada. Se o professor a criou, chama a atenção o abuso da condição do docente que impõe frases de sentido figurado, que emitem opiniões particulares, como se fossem conhecimentos produzidos por um historiador. O uso de “galinha”, atrelado a uma evidente hipérbole, esperando do aluno uma resposta que somente faria sentido se contivesse a palavra “chocou” em duplo sentido, faz pensar na ação mecânica de repetir e apenas repetir o discurso do outro, mesmo numa prova, provavelmente uma piadinha criada pelo professor em alguma aula. Parece obra de um adolescente que se orgulha de um comentário postado em rede social.
No entanto, é obra de um daqueles professores politizados, ligados a sindicatos e a partidos políticos. Na verdade, apenas um ventríloquo de frases ouvidas em assembleias e protestos. O professor de História, do Colégio Padre Guálter Farias Negrão, autor do fabuloso questionário representado na figura, crê na originalidade de sua piadinha, que poderia fazer rir seus companheiros em um curso de capacitação, ou em uma reunião pedagógica. Sim, é a isto que se chama, no jargão docente, “capacidade crítica” e é a isso que as pedagogas chamam de “aula diferente”, quando o professor mostra que ele é capaz de produzir o seu próprio material pedagógico, de tornar suas aulas menos chatas. Tudo aquilo que justifica que ele lute por ganhar mais.
(Ah, o aluno prestou vestibular e tirou uma brilhante nota 2,0 em História.)
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi82KNxYAW6drfiAAfKS3wqIEa4ZEslYC84b0N6vKyX7yDTZU93WkQ-yKGKgeV16aP-TWX-iPcsE2NS7VkvtownRz0xwt9EyNNjPYmiNPiqdjcBoov7PitnsrrTLFVKSXk0obf9l2F3740B/s1600/12_31_0.BMP" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi82KNxYAW6drfiAAfKS3wqIEa4ZEslYC84b0N6vKyX7yDTZU93WkQ-yKGKgeV16aP-TWX-iPcsE2NS7VkvtownRz0xwt9EyNNjPYmiNPiqdjcBoov7PitnsrrTLFVKSXk0obf9l2F3740B/s320/12_31_0.BMP" /></a>
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-39005959947924093282013-12-11T18:55:00.000-08:002013-12-11T18:55:00.532-08:00Os alunos conhecem as provas, não os conteúdos. O modelo inócuo de avaliação que atravessa as décadas.As décadas passaram. As cabeças que pensam a educação fizeram todos os tipos de esforços, mas nenhum trouxe resultado.
Tantas propostas curriculares. Tantas pesquisas nas universidades. Congressos. Seminários. Aquilo tudo que corresponde a uma parte séria dentro dos esforços para se construir uma educação nacional baseada em modelos científicos e não no achismo dos docentes ou dos pais.
Existe também aquele esforço menos sério. Como os cursos de capacitação docente em que profissionais dos núcleos de educação exibem vídeos de programas de televisão em que a pessoa feia ou cega é ridicularizada, para então ela cantar e todos chorarem de emoção. Para que esses profissionais possam passar as manhãs falando todos os chavões possíveis da autoajuda e os docentes se sentirem capazes de mudar o mundo, sem que se alterem as suas concepções já construídas de modelos de educação falidos.
Nada adianta. Nenhum esforço. As propostas curriculares lançadas na década de 90, e que representariam a vitória da ciência sobre o improviso foram proibidas ou escondidas nas escolas. Não se pode falar nos Parâmetros Curriculares Nacionais porque eles propõem um modelo de avaliação que signifique formar o aluno para a vida extraescolar. Algo que mexeu com os brios da classe docente. Formar para a vida, para o mercado de trabalho, seja lá o que for que exija uma “formação”, exige um processo de construção de habilidades, que se insere em um sistema do qual o aluno não pode sair como entrou. Algo que exige planejamento, e uma correspondência entre objetivos e resultados. O professor teria que, ao final do processo de escolarização, entregar um trabalho pronto. A ideia escandalizou a classe, e os parâmetros foram execrados, mesmo sendo lei federal. A noção de avaliação como forma de controle dos resultados do processo de escolarização foi sendo ignorada. Por isso, trabalhos como os que se veem aqui são tidos como avaliações: a prova é vista como pontual, e atividades com data marcada, como o trabalho de pesquisa aqui reproduzido, são vistas como processuais, mesmo não sendo.
Em seguida, veio o esforço para a construção de leis que garantissem diretos e deveres, como o de inserção, o de recuperação, ou de um modelo eficiente de avaliação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional está em vigor, é citada em júris e em querelas que envolvem direitos de alunos. Mas há muito o professor a abandonou. De forma escancarada, desinibida, como se cada um deles estivesse em um patamar acima da lei federal. Podem criar propostas curriculares proibidas, impedir alunos de fazerem recuperação, atribuir a provas e trabalhos valores que a lei não permite, considerar como avaliação a doação de roupas e alimentos, que se consideram inatingíveis, e uma séria afronta moral quando documentos que provam que essas coisas estão acontecendo são colocadas ao alcance público.
Essas provas que inseri aqui são um exemplo evidente. Uma delas foi feita por mim, em 1986. A professora copiou na íntegra uma interpretação de texto do livro didático. Tal como ela estava lá. O exercício já fora feito durante uma aula, portanto, era uma avaliação feita e corrigida. Fazê-la de novo significa apenas decorar respostas, o sistema de estudar para a prova. Nos anos 80, não causava estranheza. Depois de tantas propostas curriculares e leis, soa escandaloso que este ainda seja o sistema adotado nas escolas. Decora-se, estuda-se para a prova o exercício já feito. A outra prova é da década de 90, auge das exigências de que o professor seguisse parâmetros oficiais. O nível da atividade, para um aluno de ensino médio, é risível. Finalmente, a última é da década presente. Uma atividade que, além de valer a metade da nota, é executada por três alunos, o que livra o docente de correr riscos com os mais fracos ou com aquele indisciplinado que nunca entrega nada. No caso da prova que valia 4,0, à qual a professora atribuiu 9,0, trata-ase do truque de dar, como recuperação, a mesma atividade, já impressa e guardada, o que impede que se corra o risco de o aluno demonstrar que conhece o conteúdo e não somente a prova. Alunos conhecem provas, é o roteiro a ser percorrido.
O papel mudou. A professora não usa mais as cópias a álcool escritas a mão. Agora, elas vêm escritas ao computador. O sistema permite ao professor ter as suas provas guardadas por anos a fio, sendo sempre as mesmas. O trabalho feito pela aluna, aqui reproduzido, está datilografado. Se fosse digitado e impresso, em nada alteraria o seu teor: um simples exercício de cópia de uma página do livro didático. A cópia dessa página garantiu a metade da nota. Documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais questionariam: para que isto serve? Fazendo isto, qual a habilidade que está sendo desenvolvida? Copiar faz com que essas informações passem a ser guardadas na memória definitiva? Trata-se, sem dúvida, de uma avaliação para constar entre os registros da professora. Assim, pode-se dizer que ela avaliou o aluno. Mais que isto: que ela diversificou os modelos de avaliação.
Para quê, se não são avaliações? Elas não medem o nível de conhecimento ou de habilidades do aluno, como não são capazes de construí-los.
A política da decoreba e da atividade feita para se dar nota fica clara na anotação que o aluno fez em seu caderno, aqui reproduzida. A questão não iria “cair na prova”, ou seja, não tem relevância para aquilo que o aluno deve saber. Ou já teria sido usada como avaliação? Certamente a razão é dar a aluno e professor aquela certeza de reciprocidade: você estuda estas questões e na prova cairão as mesmas questões. Nenhum risco para ambos. O conhecimento se resume a questões, não a uma unidade de sentido.
Não pode haver dúvidas sobre as razões de os professores detestarem tanto as propostas curriculares oficiais e as leis que deveriam regulamentar sua ação. Os anos passam, as décadas passam, mas o modelo brasileiro de avaliação feita para que não exista um processo de construção de habilidades ou de conhecimentos (aquilo que passa a fazer parte da memória definitiva) continua imperando. Não adianta esperar nada das atitudes tomadas pelo governo, nem das pesquisas científicas.
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Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-38861694879542323852013-11-13T21:39:00.001-08:002013-11-13T21:41:57.481-08:00Escola Estadual Angelo Trevisan: irregularidades patrocinadas pelo núcleo de educação.Escola Estadual Angelo Trevisan. Planejamentos anuais.
Pode parecer piada, mas é apenas mais uma ação no sentido de ignorar as propostas curriculares oficiais e, até mesmo, de debochar delas. Os casos abaixo são gritantes. Eles debocham, inclusive, da proposta curricular contida no próprio regimento da escola. Certamente, não foi consultado. Existe uma discrepância enorme entre o texto que a escola publica em seu site e aquilo que aparece nos planejamentos de seus docentes. No cotidiano das escolas, os pedagogos chamam isto de "arranjinhos", ou seja, irregularidades submetidas ao famoso jeitinho brasileiro de burlar as leis. O regimento interno poderia estar lá apenas para criar uma aparência de adequação às normas junto às instâncias superiores. Mas não é isto. Um dos documentos postados abaixo deixa claro que os responsáveis pelo setor do núcleo de educação (santa Felicidade) em que a tal escola se encontra ratificam as irregularidades contidas nestes documentos. Negam o acesso do professor a regimentos e a planejamentos de professores, que são definidos pela lei 12.527/11 como de acesso público. O fato de esses funcionários, que são os responsáveis legais pelo cumprimento de solicitações de acesso junto às escolas, negarem tal acesso, a partir de justificativas que ferem a lei citada, como ao dizer que eles não podem ser disponibilizados a "terceiros", evidencia a conivência com arranjos que atendem a interesses locais, mas que contrariam leis maiores, de alcance nacional.
Chama a atenção o modo ostensivo como a escola, em sua proposta curricular, desobedece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Assim:
<i>"Para o Ensino Fundamental - anos finais deverão ser utilizados diversos instrumentos e técnicas de avaliação como teste de aproveitamento oral, provas objetivas e dissertativas, trabalhos em grupo e individual, seminários, debates, relatórios individuais, auto – avaliação e exercícios.
Seguem - se os seguintes critérios:
I. a avaliação deverá constar de:
a) provas escritas, no valor máximo de 6,0 (seis vírgula zero) pontos;
b) atividades avaliativas, no valor máximo de 4,0 (quatro vírgula zero) pontos."</i>
É suficientemente sabido, e exigido por documentos como a Deliberação 007/99, que não é permitido às escolas atribuir a atividades pontuais, como provas, um valor que atinja a metade do valor total da nota do aluno. O parágrafo 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é claro:
<i>"V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais."</i>
"Prevalência" significa maioria absoluta, não igualdade nem inferioridade. A escola coloca em seu regimento o valor de 6,0 pontos para provas bimestrais e de 4,0 para aquelas atividades que a lei define como "resultados ao longo do período". Da mesma forma, o professor que fez o planejamento anual de Língua Portuguesa segue esses valores não permitidos por lei. Observa-se a mesma irregularidade no planejamento feito pelo professor de Língua Inglesa. O que seriam "atividades avaliativas"? O que as faz diferentes das provas bimestrais? Mais uma expressão criada por pedagogo apressado, que nunca leu teoria pedagógica.
Seria uma irregularidade apenas do docente, se ela não constasse do Regimento Interno da referida escola. Isto mostra a participação de professores e da comunidade escolar no processo de descumprimento de leis federais. Por que interessa tanto a esses profissionais e a essa comunidade a deturpação de leis federais e estaduais feitas exatamente para coibir o improviso e o achismo dos profissionais de educação e para delimitar até onde uma comunidade escolar pode interferir em preceitos válidos para toda educação nacional?
Outro detalhe grave refere-se ao fato de o docente não conceder ao aluno o direito à recuperação integral da nota, garantido tanto pela lei federal citada acima, quanto pela estadual. O fato de ele conceder ao aluno uma recuperação de valor 6,0 indica que a mesma será da prova e não dos conteúdos ou atividades desenvolvidas. E, obviamente, não será concomitante, como ele diz. O professor impede, por exemplo, que tais atividades correspondam ao modelo processual definido pela LDBEN e pelas Diretrizes Curriculares Estaduais. Impedindo sua refacção e sua recuperação, transforma as atividades do aluno no modelo de "toma lá, dá cá", conforme expressão usada nas Diretrizes Curriculares Estaduais, como modelo a ser superado e evitado. O mais serio é que tal procedimento é proibido e implica em irregularidade a ser punida. No entanto, ela foi devidamente aceita pela equipe pedagógica da referida escola e pela direção, que acredita que sua instituição pode ignorar as leis feitas lá fora.
Percebe-se que nenhum dos planejamentos aqui colocados obedece aos princípios científicos das disciplinas. São risíveis. Coisa de professor sem aprovação em concurso e que se torna um "baba-ovo" da comunidade escolar, negando todo o conhecimento que, se não apreendeu, deveria ter apreendido já na sua graduação. Esperar da comunidade escolar esse conhecimento científico é risível, dadas as condições típicas da clientela de escola pública no país. Mas o professor acata esses achismos e esquece o que estudou.
Por exemplo, a proposta de Língua Portuguesa não é sociointeracionista, mas tradicional. Usa expressões consideradas como preconceito linguístico, ao considerar a velha oposição entre lingual formal e informal. Ele nunca ouviu falar da Análise do Discurso anglo-saxônica e de tudo que ela apregoou ao longo de décadas. Nem leu Bakhtin, que cita de ouvir falar. A proposta ignora as diretrizes do estado, feitas desde 1990, e lista uma série de conteúdos de gramática descritiva e normativa, que dominam a quase totalidade da lista. Sua proposta não segue as práticas discursivas, que estruturam e compõem a proposta curricular paranaense, nem o conjunto de gêneros e estruturas da proposta nacional, baseada em superestruturas. É obra de amador, que passou pelo crivo de uma equipe pedagógica que desconhece as propostas oficiais ou não as leva a sério. A sua lista de conteúdos é uma cópia de livro de gramática. Nada daquilo que as propostas nacionais, como os Parâmetros Curriculares Nacionais, ou as Diretrizes Curriculares Estaduais, indicam, sob efeito de decreto-lei, como tais documentos são enquadrados. Ao contrário, fez exatamente o que esses documentos proíbem: o uso da análise linguística fora de práticas discursivas, de gêneros textuais. Não há nenhuma referência à tábua de conteúdos que, segundo lei estadual, não pode ser alterada, mas apenas acrescida.
A situação é a mesma que se constata nos planejamentos de escolas já postados aqui. Nenhum trabalho de coordenação ou de revisão. Certamente, nem foram lidos pela equipe pedagógica. Se lidos, a situação se torna mais séria; se fosse no âmbito do código penal, seria uma ação definida como formação de quadrilha. Tanto um quanto o outro ferem leis federais, e são devidamente aceitos, seja pela equipe pedagógica, pela direção da escola ou pelos responsáveis pela escola no núcleo de educação.
A absoluta incapacidade desses pedagogos de reconhecerem as leis que regulamentam a educação é algo deprimente. Cerca de 80% dos profissionais formados em pedagogia, na cidade de Curitiba, saem de cursos com notas baixas nas avaliações institucionais do Ministério da Educação. As instituições superiores mais respeitadas têm, inclusive, fechado cursos de licenciatura, como o de pedagogia, pois o mesmo não desperta o interesse do aluno que obteve desempenho satisfatório no ensino básico.
O resultado pode ser percebido na relutância desses profissionais em cumprir uma das funções da profissão, conforme citado no documento do Conselho Nacional de Educação intitulado "Atribuições", e que se refere à obrigação de adequar a proposta curricular da instituição às propostas oficiais, ou a ação do docente a essas propostas. Como se vê, nem a proposta da escola nem a de seus docentes estão preocupadas com as diretrizes oficiais. Nem com conhecimento científico. Eles procuram se adequar ao nível de conhecimento dos pais dos alunos e da equipe pedagógica. Mais do que isto, desrespeitam normas fixadas por leis federais e chegam a colocar esse desrespeito em seus documentos oficiais, que passam palas mãos de pessoas pagas pelo contribuinte para impedir que isso tudo aconteça.
A negação dos funcionários do Setor Santa Felicidade em deixar o professor ter acesso aos documentos de domínio público da escola caracteriza um evidente abuso de poder. Ou quando afirmam que apenas eles podem ter esse acesso, acreditam que o nível de conhecimento das pessoas instruídas se coaduna com o deles. Contrariam a Lei 12.527/11, tal como seus coordenados escarnecem das leis e propostas curriculares. Esconder documentos poderia ser um recurso para escolas como a Escola Estadual Angelo Trevisan manterem um conjunto de práticas proibidas e imorais. Ainda é uma barreira a ser vencida, fazer com que instituições como esta disponibilizem as suas regras baseadas no senso comum da comunidade escolar. O que não significa muito, pois os funcionários dos núcleos de educação são pagos, ao que tudo indica, para ratificar aquilo que jamais poderia ocorrer.
Quem coloca essas pessoas em seus cargos?
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Colégio Estadual Padre Guálter Farias Negrão. Planejamentos docentes.
Ou melhor: aula sobre como fraudar um planejamento e ele passar sem nenhuma correção pela equipe pedagógica.
A professora faz dois planejamentos da disciplina de Ciências. Para alunos de sétima e oitava séries. Reparem que, mesmo sendo Ciências, todas as referências citadas por ela são da disciplina de Biologia. Mesmo os conteúdos de oitava série (nono ano) sendo das áreas de Química e Física, sua bibliografia lista apenas livros de Biologia do ensino médio. Ela também cita as Diretrizes Curriculares de Biologia. Provavelmente tem isso na gaveta há anos e usa para todos os seus planejamentos. É evidente que não fez uso de tais livros nem das diretrizes curriculares oficiais.
A fraude fica ainda mais clara quando ela cita essas diretrizes, fazendo referência à página 272, em todos os seus planejamentos. A proposta curricular de Biologia possui menos de 100 páginas. Mas é exatamente por ela, nos seus planos de ensino fundamental, citar autores e coleções de Biologia, matéria de ensino médio dada por outra professora, que evidencia que não há aqui nenhum planejamento para ser levado a sério.
Ela chama a disciplina de "biologia" quando fala de metodologia e avaliação, mesmo sendo um planejamento de Ciências. Os valores que ela especifica para as avaliações são proibidos pela LDBEN, no artigo 24. Quando fala dos conteúdos obrigatórios definidos como "desafios educacionais contemporâneos", cita a lei e a que ela se refere, mas não diz quais os conteúdos que vai trabalhar. Ou seja, ela não tem isso planejado. Tirou um sarrinho da lei federal. Tanto que só faz referência a esses conteúdos no plano dedicado à sétima série (nono ano). É aquela condição de uma lei exigir e o professor "não estar nem aí", e não só ele, porque a proposta passou pela equipe responsável por lei federal para impedir esses abusos docentes. Existe também uma equipe no núcleo de educação encarregada de que isto não ocorra. Equipe que só atua na hora de legalizar "arranjinhos" entre professores.
A proposta passou pela equipe pedagógica, que nem percebeu que até a metade ela se refere a uma disciplina, depois a outra. Não foi lida? Se lida, ficou tudo como um "arranjinho", até pelo parentesco entre quem fez o plano e quem deveria tê-lo corrigido.
Esse descaso com a ação de planejar é uma das causas de o ensino público ratificar todas as ações docentes. É evidente que a professora não está planejando para seus alunos, não levou em conta que são séries diferentes nem graus diferentes. Fez uma colagem de coisas que ela ter engavetadas desde que comprou seu primeiro computador e que vai usar até se aposentar. Sua terminologia brinca com a proposta oficial, ao chamar de "estruturantes", "básicos" ou "específicos" o que não está nas diretrizes oficiais. Fez porque quis. Mesmo as leis existindo para coibir esses achismos.
Será que uma docente com esse nível de domínio da escrita e de seus códigos consegue compreender leis e propostas curriculares? O uso que ela faz de maiúsculas e o modo como muda as regras de citação na bibliografia, sem falar na sua concordância, mostram que ela "não está nem aí" para normas, nem mesmo as de escrita.
A escola pública vive desses "arranjinhos", não há quem os coíba e cumpra suas funções como definidas por inúmeras leis.
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZP4sE_M9NJIa4kitNfCvy15gydtH46wSNn55X-UmwI8o4bvA3ErZTdNAM3ZYqV-EvrQZ5UphAJdR8wfRHLs3IIy-nidGSyeFam7GoGa6AvMCBBPPWOlSPMV7NW2LLo3EXWOXtbbtC6soK/s1600/pg85.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZP4sE_M9NJIa4kitNfCvy15gydtH46wSNn55X-UmwI8o4bvA3ErZTdNAM3ZYqV-EvrQZ5UphAJdR8wfRHLs3IIy-nidGSyeFam7GoGa6AvMCBBPPWOlSPMV7NW2LLo3EXWOXtbbtC6soK/s320/pg85.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5flrebOBDvREE3hgyDD58XM36u7tlSteuj_ONcG_fd1AyjU8G79f8aqtmObkkrtAp-e5j_ln3aIqnT6WVKALlOObNZpeHJPKFMeSDWyYbEia5iCnemQw2JSNSnmzzIxNqI__SOY6OuNBA/s1600/pg86.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5flrebOBDvREE3hgyDD58XM36u7tlSteuj_ONcG_fd1AyjU8G79f8aqtmObkkrtAp-e5j_ln3aIqnT6WVKALlOObNZpeHJPKFMeSDWyYbEia5iCnemQw2JSNSnmzzIxNqI__SOY6OuNBA/s320/pg86.jpg" /></a><a 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Atividades de recuperação de alunos de escolas públicas. O aluno debocha da atividade, quando não sai da sala ou age com violência. Não se trata de não conseguir acompanhar conteúdos ou de não ter entendido a tarefa, mas simplesmente de não as fazer, porque exigem um trabalho de elaboração, como a leitura de uma obra, a atenção para um vídeo exibido ou a elaboração de uma atividade oral.
O aluno que se habituou a manipular as propostas curriculares age assim. Ele sempre diz que a professora X ou o professor Y não "pedem isso" e que, portanto, não vai fazer. Há o extremo do aluno que se levanta e apaga a atividade passada na lousa (aluno filho de pedagoga da instituição, o que demonstra que há um trabalho anterior no sentido de permitir que o aluno ignore ou manipule a ação do professor). Mas tal manipulação é vista como incapacidade de o professor adaptar-se à turma, quando se trata de pura ação em conjunto para que as propostas curriculares e os sistemas de avaliação oficiais não sejam cumpridos.
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Planejamentos anuais.
A falta de um trabalho de orientação e de supervisão pedagógicas dá origem ao que se vê aqui. A única professora que demonstra interesse pelo desenvolvimento de habilidades no aluno e especifica como vai fazê-lo não é formada na disciplina que ministra.
A presença de assinatura indicando que o documento passou pelas mãos da pedagoga só agrava a situação. Passou, mas por que não corresponde às exigências legais e às propostas curriculares? E se a escola dispõe de várias, por que nenhuma faz o trabalho de adequação das propostas às exigências legais? Elas não compreendem, nunca leram documentos oficiais, ou simplesmente não os levam a sério?
No primeiro planejamento aqui listado, uma professora fala como fazer a recuperação. Algumas linhas abaixo, ela volta a falar disso e propõe um modelo que a Deliberação 007/99 não permite e que contradiz o que ela disse antes. Mas foi aceito. O valor das provas escritas também não é permitido pelas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Mas foi aceito. A única a tentar se posicionar dentro da lei, novamente, quanto ao valor da prova, é a professora não formada na sua disciplina. Mesmo assim, ela especifica dois valores, duas modalidades de avaliação, quando a lei prevê no mínimo três. Duas das propostas de Artes aqui contidas são uma provocação contra as leis elaboradas nos últimos vinte anos. São planos que não seguem nenhuma das propostas fixadas por lei, nem o formato determinado pela SEED/PR. O que a professora planeja para a 7ª série não segue os conteúdos tal como a lei os determina e os núcleos não cansam de exigir. Essas exigências são temas dos cursos de capacitação docente há quase quinze anos. O último dos planejamentos não segue outra dessas exigências: quais as atividades de avaliação e seus valores? E a recuperação? A professora não se dá o trabalho sequer de fazer um modelo de avaliação, mesmo fora da lei, como o dos colegas. Não fez nenhum. Se precisar fazer, será um "arranjinho" com a pedagoga. Seu plano é como uma receita de Miojo na redação do Enem, mas lá alguém viu.
Uma das professoras fala em recuperação como algo improvável. Fala em "sanar possíveis deficiências", como se o trabalho dela não desse margem a que o aluno fizesse atividades que sempre precisassem ser aperfeiçoadas. Para uma professora de Artes, é risível. Vê-se que ela está pensando em nota abaixo da média, quando a lei diz que recuperação é feita toda as vezes em que o aluno quiser melhorar o que fez, sem limites de valores ou vezes. O que ela chama de "sondagem de aprendizagem" e de "atividades diversificadas"? Quem não percebe que não são conceitos que correspondam a ações específicas? Ela criou uma expressão apenas porque a lei quer três tipos de avaliação. É fácil imaginar a mãozinha parada no ar, diante do teclado: "Será que se eu colocar assim fica bom?"
Todos os planos são irregulares. Alguns são trabalhos improvisados. Mas todos passaram pelo crivo da pedagoga, que os recebeu e acatou. Trata-se do "jeitinho", do ajuste feito para facilitar as ações e elas não corresponderem ao que as leis e as propostas querem: que não haja "arranjinhos" feitos com intenção escusa, para que a escola brasileira continue sendo a mesma que formou esses profissionais. As propostas e leis querem exatamente fazer com que a escola pare com tais atitudes.
Onde estão os pedagogos pagos por nós?
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Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-53539923300155499002013-11-05T14:54:00.000-08:002013-11-05T14:54:46.815-08:00Planos anuais irregulares. O que faz o pedagogo?Quem entrava na página do Conselho Nacional de Educação se deparava com a entrada para um extenso documento em que se definiam as devidas funções de cada profissional dentro do processo pedagógico. E o texto era claro ao definir o pedagogo como o profissional que assegura, entre aqueles que ele coordena, o cumprimento das normas instituídas e a adequação das ações dos docentes às propostas curriculares oficiais em vigor. O documento agora está apenas entre arquivos antigos, que devem ser buscados através de pesquisa.
Cabe perguntar se essa função do pedagogo é exercida. Se exercida, o que ele entende por “proposta oficial” é aquela determinada por lei federal ou a que seus professores definiram uma semana antes do início do ano letivo? Da mesma forma, as leis correspondem àquelas em vigor no país, federais, estaduais, ou apenas ao regimento interno, feito em uma tarde qualquer de evento para dar certificado a professor?
Ele não sabe que, muito antes de as leis federais ou estaduais definirem se existe ou não recuperação de conteúdos, se o aluno usa ou não uniforme, existe o conhecimento científico, que parte da pesquisa e da especulação feita nos centros que produzem conhecimento. É contra o conhecimento científico que esse profissional se insurge. Contra a pesquisa, contra homens como Bronckart, Wallon, Piaget, Dolz, ele erige a sua experiência pessoal da época em que dava aulas em pré-escolas, em que coordenou os coroinhas de sua paróquia. E não adianta mesmo: o pedagogo acredita que o conhecimento não serve para nada, mas que ele conseguiu superar esse emaranhado de teorias. No lugar, entra o achismo; as teses pessoais sobre a “cabecinha” do aluno ser uma “página em branco”, ou sobre os limites que cada um traria consigo ao nascer e que impediria o professor de insistir na construção de uma habilidade. Os conselhos de classe se montam a partir de tais chavões. Por isso, o professor, ao ouvir o nome do aluno, pode erguer a voz e dizer “limite”, seja para reter o aluno ou para dizer que dele nenhuma habilidade será exigida jamais.
O que dizer, então, da atribuição de adequar as propostas da instituição às oficiais? Ou a adequação das propostas e ações docentes a essas propostas oficiais? Será que algum pedagogo tem feito esse trabalho?
Tenho colecionado planejamentos e regimentos de escolas. Ontem, peguei um pacote com quase mil páginas na Secretaria de Educação, mas não há nele o que as escolas insistem sistematicamente em negar, alegando, contra a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011), que tais documentos são pessoais, pertencem ao professor e não ao serviço público. Os planejamentos anuais que postei aqui são apenas exemplos da absoluta anarquia que torna justificável qualquer proposta de trabalho, de qualquer professor. Algumas dessas propostas anuais devem ter sido feitas na sala de professores, durante a hora-atividade, com a televisão ligada passando receitas. Muitos não passam de duas páginas. Outros, não especificam sequer o sistema de avaliação e de recuperação. Nenhum deles, evidentemente, segue as leis nacionais ou estaduais. Sobre os conteúdos, aí se entra na esfera do absurdo.
Os planejamentos que postei aqui, em termos de adequação às Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, estão irregulares. Também contrariam a Deliberação 007/99, daqui do estado do Paraná. Os valores definidos para as avaliações contrariam a norma de preponderância de atividades processuais, feitas e refeitas ao longo dos períodos letivos, sobre a de “eventuais provas finais”, como diz a lei em seu parágrafo 24. A existência de tais provas já é desaconselhada pela lei. E o professor entende tudo o mais como processual. Seja a pesquisa colada da internet, que o aluno entrega e o professor apenas credita como nota, seja a prova oral, com horário e data marcada. Na verdade, apenas uma diversidade de atividades pontuais.
Mas o pedagogo aceita tudo e diz que está de acordo com as normas. A imensa maioria não assina esses planejamentos, não dá pareceres, é como se eles nunca tivessem sido lidos. Mas ficam como estão. Como eles são feitos para que nem professor nem aluno tenham que passar por uma rotina de construção de atividades, são modelos que agradam à comunidade escolar. Passam a ser modelos, no lugar das leis feitas para que isso não aconteça. Vira atitude recorrente, uma escola copia a outra, e basta ao professor mudar a data do plano que fez no ano anterior ou o nome do colega que lhe emprestou o seu.
E o que dizer em relação ao valor científico desses planejamentos? A dimensão legal provoca medo, o docente quer que aquela senhora que conseguiu uma vaga no núcleo de educação graças aos contatos políticos da família diga que seu plano anual está de acordo com as normas, mesmo que não esteja. Mas, cientificidade...
Quando chega a hora de escolher conteúdos, ele tem diante de si o livro didático, do qual retira apenas a parte que está adequada ao ensino que ele conheceu nos anos 70 ou 80, aquilo que pode virar exercício e prova. Quanto mais próximo do modelo daquela época, mais o professor se agrada. Por isso, os livros adotados por escolas de Curitiba, por exemplo, possuem avaliações péssimas do MEC. Alguns, já foram proibidos em alguns núcleos de educação. Em alguns lugares, é comum que a escola tenha adotado um livro didático adequado, mas o professora leva na sua bolsa aquele que lembra o da sua infância. É dali que ele tira seus exercícios. Dali, ele copia parte do índice e faz seu planejamento.
O desafio é “tapear” o sistema. No Paraná, por exemplo, as Diretrizes Curriculares Estaduais adotam um modelo que pode organizar a hermenêutica docente. Existem conteúdos estruturantes, na verdade grandes áreas do conhecimento, como as ciências que compõem a disciplina Ciências, ou as artes que compõem a disciplina Arte. Esses conteúdos englobam os conteúdos básicos, aqueles sem os quais não dá para ficar. As diretrizes estaduais não listam conteúdos específicos, mas deixam claro que aí, e apenas aí, através da inclusão de tópicos, a escola pode diversificar a proposta. É neles que repousa a cara local de cada instituição. Mas eliminar o que foi colocado nas propostas exatamente para unificar o que o aluno estuda, seja na capital ou na menor das cidadezinhas, isso o documento deixa claro que não pode ser feito.
No entanto, essas propostas são jogadas fora. O esforço para dar uma unidade ao ensino e um conjunto de conteúdos obrigatórios vira motivo de piada entre os professores. E eles riem alto, de forma ruidosa, sem que nenhum pedagogo oriente ou coordene seu trabalho. O riso fica ainda mais alto na mesa da pizzaria ou no churrasco de fim de ano.
Nos planejamentos docentes que postei aqui, há casos exemplares, tanto da indiferença do professor em relação à cientificidade de sua proposta ou às exigências das diretrizes oficiais, quanto da falta de um trabalho de pedagogo, tal como definem o Conselho Nacional de Educação ou as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Por que nenhuma dessas propostas está adequada às normas ou às diretrizes, e todas foram devidamente acatadas em suas escolas? (E as diretrizes são fixadas por lei, não são sugestões, como pedagogos falam.)
Percebe-se um esforço para burlar aquilo que parte da secretaria de educação. O caso mais gritante é o modo como cada um desses professores acata a terminologia das diretrizes curriculares. Eles sabem que deve haver conteúdos estruturantes e básicos. Os termos estão lá, mas não aquilo que as diretrizes especificam. O esforço é para colocar qualquer coisa sob essas denominações.
A professora de Ciências, evidentemente, copiou um índice de livro didático. Chamou o nome da unidade ou do capítulo de “estruturante”, tal como está no livro, inclusive mantendo a linguagem figurada, chamou de “básico” o nome das seções e de “específico” o título daquelas curiosidades, como recortes de revista, que encerram as unidades. Percebe-se que talvez ela nunca tenha compreendido esses conceitos e os resumiu a um trabalho de encaixamento. Usou os termos das diretrizes de uma forma que nem uma criança aceitaria, de tão absurda. É risível a pretensão que ela tem de que qualquer coisa “feita” deve ser aceita. Uma criança dando aulas, ou uma notória fraudadora?
A professora de Artes intermedeia trechos extraídos de uma proposta curricular oficial com outros, de sua própria lavra, e que certamente compõem o seu métier há anos. Na verdade, é o mesmo em todas as propostas dela, seja para o sexto ou o nono anos. Na bibliografia, não aparecem as propostas oficiais em vigor. Há apenas uma referência à proposta de 1990.
As professoras de Língua Portuguesa não apenas ignoram as diretrizes em vigor, como fazem exatamente o que as mesmas dizem para não ser feito. Nelas, existem as três práticas discursivas (oralidade, leitura e escrita) que justificam “a linguagem como prática social”, concepção herdada de Bakhtin, e que resulta em extensas observações na proposta oficial sobre o fato de que análise linguística não é uma prática discursiva, mas apenas suporte para as tais. Não são práticas, não devem constituir conteúdos que resultem em avaliações fora das práticas discursivas. Por isso, soa como uma violência absurda contra os pressupostos das diretrizes oficiais, devidamente amparada em teóricos de renome, em obras que são clássicas sobre metodologia de ensino de Língua Portuguesa, que a professora coloque “análise linguística” como sendo uma prática discursiva. Na verdade, é apenas o que está em tal tópico que deve compor a sua tábua de conteúdos. Basta olhar o tipo de prova dado na instituição.
Existe a ignorância do que seja a metodologia proposta. No caso de Língua Portuguesa, a metodologia seguida pelas diretrizes, apoiada na Escola de Genebra, torna-se apenas uma lista de materiais, como giz, livro, televisão. O professor ainda reduz metodologia a apenas isso. A mesma redução está em todos os demais planejamentos. Não há uma hermenêutica, apenas a lista de materiais e de ações pontuais que o professor vai desenvolver.
Onde está o trabalho do pedagogo? Onde ficou a obrigação de adequar propostas locais às oficiais, de instruir o professor no sentido de ele entender e executar tais propostas? O pedagogo conhece essas leis, essas diretrizes oficiais? Ele as leu? Ele as entendeu? Ele pode dizer à professora que listou em linhas mimeografadas seu sofrível plano anual que análise linguística não é prática discursiva? Ele diz à professora de Ciências que os nomes das unidades do livro didático não são conteúdos estruturantes?
A anarquia das propostas dá origem ao aluno mal acostumado. Aquele que decide que não vai escrever ou ler. Pois a professora da outra turma não pede essas coisas ou a do ano anterior só usava o livro didático e nunca fez nada fora dele. Esses procedimentos se tornam normais também para o aluno. É para não ter que mudá-lo, que desenvolver suas habilidades, que o professor faz tais planos anuais assim. Esses planos estão na base do fracasso do aluno de escola pública. E também do comportamento que hoje tantos alunos assumem. Eles assumiram a função de coordenar o trabalho docente.
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-61860855425892247852013-11-05T14:44:00.000-08:002013-11-05T14:44:15.214-08:00Planejamentos anuais irregulares. Afinal, onde está o trabalho do pedagogo?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx7nJxNkPTEGpKbHR6ZXOXTEnZapweC63wWmyX7rRWqef_d-rWAjYQrhfZ-1kZsQAqT9T4fLu_iw4WrO273UKTNU3SZVJlWtkMpnwbHrbP24YYkhrqMg240PRru3iUUv4TGDDgxptvpiTD/s1600/10_01_1.JPEG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx7nJxNkPTEGpKbHR6ZXOXTEnZapweC63wWmyX7rRWqef_d-rWAjYQrhfZ-1kZsQAqT9T4fLu_iw4WrO273UKTNU3SZVJlWtkMpnwbHrbP24YYkhrqMg240PRru3iUUv4TGDDgxptvpiTD/s320/10_01_1.JPEG" width="219" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjesuUJd2HpMGopd57K_Fpj_Nisn46t8YiI6LyFWVzmMkF_kRKbnRNxh3-cSGkagu4QlQ6A4_FkV7mdAiDiTuFrSnax14iAmbr6PsFdlZeDNXVN71xT5mLe2pvR644PACOTkNlFq2NTVDCe/s1600/011013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjesuUJd2HpMGopd57K_Fpj_Nisn46t8YiI6LyFWVzmMkF_kRKbnRNxh3-cSGkagu4QlQ6A4_FkV7mdAiDiTuFrSnax14iAmbr6PsFdlZeDNXVN71xT5mLe2pvR644PACOTkNlFq2NTVDCe/s320/011013.jpg" width="235" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn6cZ7qG6E-MPX6LRg0TbuiLwpwO9OUXBsitkNayuahwoU-m5FVGkUVEzCFK67QrA8Zy1-5Yq8Le2kJJU5B5qUwlImnXR2_agjQUWxXjBVOWDUlTvKOOfKDfw9KbAyEXu-FBr9Mxdok7Ui/s1600/011013b.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn6cZ7qG6E-MPX6LRg0TbuiLwpwO9OUXBsitkNayuahwoU-m5FVGkUVEzCFK67QrA8Zy1-5Yq8Le2kJJU5B5qUwlImnXR2_agjQUWxXjBVOWDUlTvKOOfKDfw9KbAyEXu-FBr9Mxdok7Ui/s320/011013b.jpg" width="240" /></a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-23382399656289693472013-07-16T06:23:00.000-07:002013-07-16T06:23:41.739-07:00Capital da prostituição infantil. O que a escola poderia fazer?<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<span style="background-color: #6aa84f;">A Rede Globo exibiu, no sábado
passado, a conhecida história da garota de programa que virou celebridade. Não
somente o filme, mas também uma entrevista com a própria. Existem obras menos
glamourosas, como filme <i>Amores de rua</i>,
ou entrevistas com menos cheiro de canção francesa, como a da fundadora da
organização DaVida, no programa <i>Roda Viva</i>, da TV Cultura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<span style="background-color: #6aa84f;">Com ou sem glamour, era
impossível para um professor com minha carreira na rede pública não pensar nas
histórias cotidianas de minhas alunas. A exibição de um filme como esse deve
ter confirmado a muitas delas a certeza de que estão dando um rumo certo às
suas vidas. Afinal, trabalhei em escolas
onde alunas de quinta série abandonavam os estudos e iam residir no prostíbulo
da cidade vizinha, Borrazópolis, ou em colégio onde havia, no muro dos fundos,
buracos perfurados para que garotas o escalassem e não precisassem faltar aos
seus compromissos sexuais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<span style="background-color: #6aa84f;">O fato de tais garotas da cidade
de Cruzmaltina, vizinha a Faxinal, onde eu residia, investirem tão pesadamente
em ações para o final de suas infâncias poderia parecer somente um problema
social, daqueles que se resolvem com dinheiro, auxílios do governo ou de alguma
igreja. Mas o problema não é apenas de natureza econômica. Aqui, as quengas
famintas e violentadas do Jorge Amado do romance de 30 encontram as dos anos
60, emancipadas, realizadas com sua condição. Meninas que saíram de sua
condição de criança para poderem caçoar, na sala de aula, da garota cujos pais
nem permitiam namorar. Meninas de 12 ou 13 anos que dispõem de um fumódromo
para elas, ali mesmo abaixo de onde o muro lhes dá passagem. Lembro-me de uma
que fumava na quadra, durante os torneios interclasses.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<span style="background-color: #6aa84f;">Existem os casos de miséria. Mas
ela nunca está sozinha. É sempre necessária uma vontade muito grande de sair do
contexto das meninas simples de cidadezinha. Falei da garota de quinta série
que, em 2000, atormentava as meninas com suas histórias de aventuras noturnas.
Um dia, ela não apareceu mais. Foi morar em um bordel, e não teria mais que
seus treze ou quatorze anos. Na mesma turma, estudava a irmã. Esta chegou a
concluir a oitava série. Mas, já no ensino médio, foi morar no mesmo lugar que
a irmã. Sitiantes abastadas, que moravam em um desses sítios cercados por
pomares e trigais. Estas eram da escola de Dinizópolis, distrito minúsculo, que
viu com indiferença suas meninas ganharem a rodovia e os bordéis da vizinhança.
Uma delas, certa tarde, eu vi dependurada em um orelhão, com uma garrafa de
cachaça. Minutos depois, apareceu um rapaz. Ele se sentou em um banco da
pracinha, e ela se ajoelhou, com a cabeça entre suas pernas. Passou por
sanatório, tomava remédios controlados. Como não era a única, passava
despercebida. Uma dessas garotas chamou a atenção quando passou a fazer uso
indiscreto de drogas. Então, ela já estava a galáxias de distância de voltar a
estudar. Não voltou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<span style="background-color: #6aa84f;">Existe a história da garota
quase cega que era surpreendida, às vezes, às quatro da manhã, com homem no meio
do cafezal Apenas mais uma história para os membros do conselho tutelar
comentarem em bares e depois das missas. Nada que gerasse atitudes. E, para as
escolas, era apenas uma justificativa para que essas alunas fossem reprovadas
nos conselhos de classe finais. A atitude de “não prestar” funcionava para se
justificar o elevado índice de reprovação. E, evidentemente, intervir na vida
sexual ativa de suas meninas não era uma atitude vista como função da escola.
Moralmente falando, senhoras de família tinham que ignorar o assunto. Mesmo
aquelas pessoas do conselho tutelar que trabalhavam em escolas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<span style="background-color: #6aa84f;">No colégio de Cruzmaltina, era
comum que os alunos que vinham à escola dissessem que uma colega não viera
porque “um cara” da cidade de Borrazópolis vinha buscá-la para fazer <i>streap tease </i>naquela cidade vizinha. Até
para eles ela já fizera, diziam. Mesmo a garota tendo treze anos. Acontecia
algo semelhante quando era preciso ir dar alguma aula lá à noite, e se via uma
aluna no trevo, esperando pela companhia. Na sala de aula, todos sabiam. Mas,
quando se chegava ao final do bimestre, a aluna tinha apenas presenças, o que
livrava a escola de ter que procurar uma intervenção do poder público. O fato
de haver fumódromo já indicava o quanto tais meninas eram beneficiadas pelos
favores da diretora em troca de sua eterna reeleição ou da eleição daqueles que
ela indicasse. Elas até podiam permanecer no pátio com suas conversas muito
pessoais e vícios, se não gostassem da aula. Ganhavam xampus, sabonetes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<span style="background-color: #6aa84f;">Essa liberdade de ter uma vida
sexual ativa fazia com que as duas escolas primassem por casos frequentes de
garotas grávidas. Às vezes, apenas boatos. Certa vez, um aluno acusado de ser
pai do filho de uma delas (menina de sexta série, de treze anos) me disse que
elas gostavam de carro. “Basta o cara ter carro, que elas pegam no pé”, ele
dizia. Certa vez, uma delas sofreu um acidente em uma dessas saídas de carro. O
fato de a aluna ter ficado em coma desviou a atenção das causas do acidente
para as suas consequências. Orar por ela tornou-se mais relevante que
criticá-la. No círculo de amizades da menina, era comum que surgissem brigas
porque uma dissera ter visto os pelos genitais do namorado da outra. Fatos
corriqueiros, que se manifestavam, para a comunidade escolar, através da
insinuação de maturidade sexual, em danças sensuais em eventos escolares. Ser
contra tais ações significava ser retrógrado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<span style="background-color: #6aa84f;">Certa vez, o fato de que os
alunos de uma oitava série dedicassem todo seu tempo a assuntos ligados à
sexualidade fez com que os professores boicotassem a formatura dos mesmos. A
turma gerara antipatia. Aos poucos, os professores foram vendo nas aulas
naquela sala apenas uma rotina sem futuro. Estudam-se as duas guerras mundiais,
mas não importa se a garota de quatorze anos aparecer grávida. “A gente faz a
nossa obrigação.” A vida da comunidade parecia separada da ação profissional
dos professores. Nenhum compromisso com uma educação para a solução de
problemas sociais ou de formação familiar. Tal como se esperava que as meninas
do Colégio Estadual Padre Gualter Farias Negrão fumassem lá no canto de onde a
fumaça não chegaria aos que comiam a merenda, esperava-se que as meninas da
Escola Estadual José Ferreira Diniz fizessem seus programas depois que o último
sinal batesse.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<span style="background-color: #6aa84f;">Nenhuma providência
de autoridades municipais. Nada que fizesse as pessoas do conselho tutelar
agirem no sentido de uma parceria com as escolas. Afinal, o problema não era
apenas econômico, mas de formação. O assunto era evitado nas escolas, de forma
que, certa vez, o núcleo de educação disse que, se havia tal problema, ele
deveria estar abordado até mesmo no regimento. Mas os regimentos só falam em
fanfarras e hortas. A vida fora da escola só existe nos documentos e nos
discursos oficiais, que dizem que a escola deve preparar o aluno para a vida,
por isso, torna-se também secundária a preocupação com conteúdos. A cidadania é
mais importante. Mas, tudo é discurso. Hoje, é possível encontrar em redes
socais postagens como esta, de uma aluna do colégio citado: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt;">
<span style="background-color: #6aa84f; font-family: Tahoma, sans-serif; font-size: 10pt;">eu sou biscate gosto de dar a buceta prefiro um negao bem gostoso q ten
pau grande bjs<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<span style="background-color: #6aa84f;">A exibição de dotes sexuais de
meninas é algo assimilado pela cidade e pelas escolas. De todas as classes
sociais. Nada vai mudar. A não ser que um filme, que mostre a vida sexual de
uma garota como uma fonte de prazer e de dinheiro, venha servir como um
incremento para aquilo que as garotas dali estão cansadas de saber. Na cabeça
de garotas de uma cidadezinha sem rodoviária, sem dentistas ou médicos, sem
biblioteca, a ação de uma garota de metrópole que sente prazer em ser uma
profissional do sexo e se chama de psicóloga pode servir como uma imensa
inspiração. </span><o:p></o:p></div>
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-18817688780067600622013-07-03T23:02:00.000-07:002013-07-03T23:02:12.788-07:00Julho, mês de enrolação<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Vejo fotos colocadas na
internet por alunos de escolas em que trabalhei. Como sempre, julho traz o que
eles chamam de “enrolação”, mas que é algo que adoram, tão arraigado na cultura
escolar quanto a merenda ou o <i>bullying</i>. Eles dão o nome de enrolação, mas nenhum nunca saberá como se escreve.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Transcorridos três dias
letivos de julho, já é possível saber que o mês será gasto em corridas do saco,
karaokês, ovo na colher e afins. Nada que não pudesse ser feito para se
comemorar o final ou o retorno das aulas. Mas é que essas gincanas servem como
pretexto para que não se tenha aula, inúmeros dias no ano. Depois de encerradas as gincanas, acontecem os
torneios. O mesmo de sempre: alguns alunos jogam, outros são obrigados a
aparecer para não levar falta. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Em outra escola, hoje os
alunos foram fazer um jogo de futebol na cidade vizinha. Como sempre, cinco
jogarão e os demais se espremerão em um ônibus até uma cidade onde os alunos
apedrejarão os visitantes na saída, e estes revidarão com palavrões. O
professor temporário há anos, indiferente, como normalmente é nas suas aulas,
sente-se em casa. Apenas a rotina de atirar uma bola para que moleques joguem;
sua função é de entregá-la e recolhê-la. Graças a ele, os colegas poderão ir
embora mais cedo. Já terão ido quando o ônibus chegar. Ou usarão o tempo para
fazerem livros de classe. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
A comunidade ama esses eventos
e os defende com afinco. Não importa que o resultado sejam as marcas de pedras
no ônibus ou o desprezo com que os ruins de bola serão tratados. Tais eventos
acontecem, se repetem, são usados para reposição de aula. E a pedagoga dirá: “Nós
repusemos a carga horária, não as aulas.” Outros professores até combinarão
quais atividades poderão ser pouco atrativas, para o aluno não aparecer na
escola nas reposições aos sábados, caso haja paralisações em agosto. E eles
ficarão nas suas casas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mas, na maioria das vezes,
esses dias são vistos como um exemplo delicioso da alegria do brasileiro. A
lógica do povo que prefere bolas a livros torna-se tão necessária na escola
quanto o prato de fubá com salsicha. Os professores transmitem aos seus alunos
esse sentimento de orgulho pela própria malandragem, que prefere a quadra à
sala de aula, que faz alunos passarem o dia atrás de ovos e barbantes e, ao
final, considerarem a “enrolação” como uma atividade que socializa e “também
educa”, forma de se poder passar o ano dizendo ao aluno que a escola é o lugar
onde ele se diverte. Como se a molecada já não se divertisse o bastante fora
dela. Nas fotos de hoje, a professora malandra, que dava uma atividade valendo
10,0, única no trimestre, era quem comandava a bagunça. Bexigas e fitas, que
talvez valessem nota. Antes ela fazia cada aluno ler um poema e isso valia como
única nota, mesmo sendo proibido por leis federais e estudais. A atividade oral
permitia à professora não ter que gastar seu tempo corrigindo tarefas. E se,
além de oral, for uma nota coletiva, para uma equipe de vinte ou mais alunos,
melhor para ela. Vai poder ver os programas de auditório no domingo, já com as
notas fechadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Semanas assim se repetem.
Existe a semana “do saco cheio”, que emenda dia das crianças com dia do
professor, sempre sem aulas, ou a semana do dia do estudante, em que se fazem
festinhas. E, como se diz, “tudo educa”, até mesmo a falta de alunos e
professores. Ou o karaokê, em que alunos cantam letras de sentido pornográfico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Soa estranho esses
profissionais fazendo passeatas com faixas pedindo mais escolas e menos
estádios, ou dizendo que os professores deveriam ganhar como os jogadores. Nas
escolas, impera a mesma ideologia do povo feliz que suporta os compromissos em
jogos e danças. Um povo que jamais trocaria a quadra ou o estádio pela sala de
aula. Mas que poderia, sim, sair às ruas para pedir melhorias na educação,
desde que isso pudesse representar mais um dia sem aula.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-14383379921017618052013-07-02T00:32:00.001-07:002013-07-02T00:32:06.887-07:00Escolas ou rodeios? Um povo bovino e seus políticos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-uDnbzovFrzup9cw6VYF0QAXTZxr6mQNyGtVgBmzDqKKAi-f_MYRDQNj3MPmCx9DKfB-3x4MQUjvFGjMmawkEPpZ0xohPY0xDcG9v-srcXacUX6cUTGxbKjBlvTPhnkOD6AkOQbyoXVmj/s1600/DSC00721.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-uDnbzovFrzup9cw6VYF0QAXTZxr6mQNyGtVgBmzDqKKAi-f_MYRDQNj3MPmCx9DKfB-3x4MQUjvFGjMmawkEPpZ0xohPY0xDcG9v-srcXacUX6cUTGxbKjBlvTPhnkOD6AkOQbyoXVmj/s320/DSC00721.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuru05wX_LAXbLS7bYOFuKv284F0W6KgUdY9dhSfJ5xOO4PAf9X9-n_1wrBGBzY4lFd7Ejnlv1K_ToIxxi4Huj6h5XDFmLrOMthdIMaSg5bO89Mby2uM7YAC3_amvpoHTp781uwFavqSLl/s1600/DSC00720.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuru05wX_LAXbLS7bYOFuKv284F0W6KgUdY9dhSfJ5xOO4PAf9X9-n_1wrBGBzY4lFd7Ejnlv1K_ToIxxi4Huj6h5XDFmLrOMthdIMaSg5bO89Mby2uM7YAC3_amvpoHTp781uwFavqSLl/s320/DSC00720.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As fotos acima são da parte
externa de uma escola. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A Escola Estadual José Ferreira
Diniz fica em Dinizópolis, um distrito do município de Cruzmaltina, interior do
Paraná. O “Diniz” do nome da escola não foi parar ali por acaso. Além de
figurar no nome do pequeno distrito, aparece nos nomes de todas as poucas ruas.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Só que, além de um nome dado a um
fundador, o mesmo espaço abriga a escola municipal, cujo nome já não pode ser
motivo de cerimônias cívicas... Emílio Garastazu Médici, que faz pensar no modo
como a educação sempre foi vista por ditadores ou por políticos filhos da
ditadura. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O espaço de poucas salas sempre
motivo para rivalidades. Assim, já houve épocas em que a direção de ambas cabia
a uma única pessoa, momentos em que não se votava para diretor, e o escolhido
era alguém que agitara bandeiras na eleição do prefeito. Pode parecer uma
obviedade, mas eram os momentos em que havia uma linha que ligava o aluno de
pré-escola ao de oitava série. Uma preocupação com aprendizagem, que fazia com
que professores do estado se sentassem no mesmo conselho com professores do
município, e apontassem providências pedagógicas a serem tomadas desde o
início. Pode novamente parecer óbvio, mas nem sempre a pessoa escolhida pelas
ligações com a prefeitura trabalhava pela escola. Isso levou tanto ao
afastamento de uma diretora envolvida com desvios de recursos financeiros, como
à escolha de uma outra que vinha de um cargo executivo em uma administração
municipal acusada... de que poderia ser?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na maior parte das vezes, a
escola vivenciava os conflitos entre estado e município. O aluno, que vinha da
escola municipal, que funcionava no mesmo prédio e no mesmo horário, convivia
com o discurso dos professores da escola estadual contra a outra. Havia uma
interdição velada impedindo que esses alunos fossem gentis com as antigas
professoras e vizinhas na frente de certas pessoas do estado. O que fazia com
que sempre pairava no ar a antipatia dos professores que vinham de uma cidade a
trinta quilômetros dali contra as pessoas que moravam no lugar. Estas eram
vistas como politiqueiras e nem um pouco politizadas. Era um objetivo politizar
os filhos, já que os pais dependiam de bolsas e concessões públicas. Os
professores do estado, sindicalizados, de esquerda, sonhavam com a saída da
escola municipal de seu espaço. Afinal, graças à separação entre salas de aula,
bibliotecas, secretarias, sala de vídeo, às vezes cortados por rústicas paredes
improvisadas, os espaços acumulavam funções. A biblioteca era sala de
professores, no estado; uma sala acumulava as funções de direção, secretaria,
biblioteca e sala de reforços, no município. Espaços comuns, como banheiros,
refeitórios e cozinha, estavam sempre envolvidos em querelas sobre objetos que
sumiam, que eram usados sem autorização, ou que simplesmente não eram
emprestados por razões políticas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A situação tinha sido a mesma na
cidade-sede, até que o primeiro prefeito do lugar construiu a escola municipal.
Na cidade-sede, evidentemente. Há quinze quilômetros do distrito de
Dinizópolis. A possibilidade de transportar os alunos do distrito para a cidade
sempre esbarrou na resistência de uma comunidade que tinha sua escola há
décadas, desde a época em que no Paraná só havia cafezais e estradas de terra.
Um desses cafezais resiste ao lado da escola, e a rua que passa em frente já
foi um dia a rodovia. O que a comunidade nunca percebeu é que não existe “a
escola”, mas duas escolas em atrito. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma situação que vinha, a cada
ano, tornando mais problemático o desempenho dos alunos. Em 2000, a única turma
de quinta série teve quase 75% dos alunos reprovados. E a culpa era, para o
conselho de classe, da incompetência da escola municipal. A entrada de um novo
prefeito trouxe consigo a medida que a população de Cruzmaltina vinha esperando
para a solução de seu maior problema: a falta de um espaço próprio para a
realização de rodeios. O sonho realizado de ser capital do rodeio foi alardeado
durante anos na imprensa regional, mesmo que as cidades vizinhas vissem apenas
com deboche um município sem hospital, dentista, rodoviária, ou até mesmo uma biblioteca
pública, se intitulando capital de coisa alguma. Não ficou nisso: uma capital
precisa investir, e a cidade construiu um parque próprio para fazer seus
rodeios, com banheiros, barracas fixas, mesmo que fosse para ser usado apenas
três dias no ano. E construiu mais pistas, para competições de laço. Colocou
uma escultura em madeira no trevo que, depredada, foi trocada por outras duas.
Não era possível, diante do contentamento da população, gastar o dinheiro
público com escolas. Por que uma cidade construiria bibliotecas públicas, se os
livros das bibliotecas das escolas costumam ser emprestados para que os pais
dos alunos transformem em cigarros? Foi o destino da coleção dos Irmãos Grimm, ilustrada
por Doré; ou de clássicos, como os autores românticos brasileiros. Seria perda
de dinheiro, e a população preferia este investido em bois e cavalos de
madeira. Tanto que, encerrada a gestão do prefeito, a ordem era juntar as
escolas municipais em uma única, e enxugar despesas. Não havia verbas nem para
rodeios nem para pagar professores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas a Escola Estadual José
Ferreira Diniz parece exemplo de resistência. Em 2001, quase foi fechada,
porque o desejo da diretora era não ter que viajar trinta quilômetros, da
cidade vizinha, ela e outros professores. Os alunos, esses sim poderiam ser
levados até a cidade-sede. Afinal, aluno passa, e professor é para sempre.
Resistiu a ter poucos alunos, quando o governo fechou seu período noturno. Não
possui quadra de esportes. Afinal, ninguém pode gastar verba pública com isso.
A imagem da terra levada pela enxurrada, ao lado de seu muro, é exemplar dessa
visão. A terra pode ser levada pela chuva, mas não pode ser comprada pelo
estado ou pelo município e virar uma quadra. Essa terra vai parar em uma imensa
erosão, localizada na parte de trás da escola. Em uma das fotos, vê-se que foi
colocado um monte de entulho segurando o muro, onde certamente a erosão já
vinha atingindo. Aliás, ali há um esgoto que escoa água das chuvas. Na lateral,
a parte do reboco que está caída era uma “barriga” que o muro fazia, já em
direção à queda. Foi reposto no lugar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Percebe-se, mesmo nessa foto da
lateral, uma pintura nova no prédio. De fato, as escolas do interior têm sido
reformadas, têm carteiras novas, equipamentos. O governo do estado faz isso. É uma
garantia que certos políticos têm, como os dessa cidade, de não precisarem usar
o dinheiro público do município com obras para educação. Se o governo reforma
uma escola, o município engaveta todos os seus projetos de um dia construir uma
escola com salas de reforço, biblioteca, vídeo, informática, para os alunos das
séries iniciais. É um alívio para a comunidade, que pode ficar comentando nos
bares quem será a dupla sertaneja convidada para cantar no próximo rodeio. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como sempre, a escola pode ser
escorada com entulhos. Todos os tipos de entulho, que vão do professor que trabalha
há trinta anos sem passar em concurso, e já não consegue aulas em outros
locais, à Rural da década de sessenta, que transporta alunos, juntamente com a
caminhonete com carroceria para bois, onde os alunos se agarram. Afinal, está
funcionando, não está? Tudo que uma população assim quer da escola é que ela
não mude seus filhos, não os faça gostar de leitura, que continuem levando
livros na bolsa para o pai fumar. E que prefiram um prefeito que faça rodeios a
um outro que construa escolas.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-223683123859469742013-06-09T13:11:00.000-07:002013-06-09T13:11:26.334-07:00Professores sem conteúdo, escolas protegidas por núcleos... o de sempre<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Há pouco, conversava com um
aluno do Colégio Estadual Isidoro Cerávolo, de Apucarana, cidade que é sede de núcleo
de educação no norte do Paraná. Tal colégio fica próximo do prédio do núcleo, e
tem certa reputação por estar em bairro central. Usado pelo núcleo em cursos de
capacitação e eventos. É fácil imaginar que exista um certo olhar diferenciado
para o que acontece ali.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O aluno conhece um pouco das
normas da educação. Filho de professor, sobrinho de dois diretores e de uma
série de professores, deve ter passado muito tempo em reuniões familiares em
que se falava sobre escola. Por isso, possui uma visão mais crítica que outros
alunos a respeito das mazelas da educação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O rapaz se mostrava indignado com o fato de alguns professores de seu
colégio terem tentado impugnar o concurso público feito pelo governo, por não
conhecerem os conteúdos das questões. Ele me contou que já passou por
professores de literatura que nunca tinham ouvido falar em <i>Inocência</i>, do Visconde de Taunay, ou que não sabiam quem era
Bernardo Guimarães. Esse nível de desconhecimento do próprio objeto de trabalho
é sintomático: o professor internalizou um conceito elevado de leitura, e deve passar
horas falando sobre as vantagens de quem lê. Mas ele não lê. Ou lê. Mas é como
o comentário que vi ontem feito por um professor em rede social, em que ele
dizia que Augusto Cury era o maior escritor que ele já tinha conhecido. Essa
mentalidade que vê na leitura algo automático, como quem entra na chuva
inevitavelmente se molha, faz com que esse professor leia textos que ele julga
possuírem um efeito pragmático em sua vida. Diante disso, Machado ou Rosa,
autores que caíram no concurso, são coisa de desocupado. O professor sabe quem
são Bentinho ou Capitu, mas não faz a menor ideia do que esteja no conto “Teoria
do medalhão”, ou em que este se parece com <i>Quincas
Borba</i>. Saber, então, de que trata o conto “O burrinho pedrês”, com que Rosa
inicia <i>Sagarana</i>, é um abuso que o
sindicato vai procurar coibir, certamente dizendo que o professor não tem tempo
para ler. Falar-se, portanto, em uma cultura humanista, que inclua arte e
filosofia, é um estágio a que os educadores brasileiros jamais irão chegar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O aluno se mostrava admirado porque, mesmo ele, sabe que existem livros como
<i>Inocência </i>ou <i>A escrava Isaura</i>, já deve tê-los folheado em alguma biblioteca. Mas
o professor, não. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Contou-me sobre o sistema de avaliação de tal colégio, que fere as Leis
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Um sistema em que, evidentemente, uma
prova trimestral ganha foros de salvação para o aluno, e possibilita ao
professor não ter que acompanhar o processo de aprendizagem do aluno. Essa
prova é um dos três tipos de avaliação, tal como as deliberações estaduais
determinam. Mas, eles dão a ela o valor 10,0 e juntam a dois outros modelos que
valem 5,0 cada um. Então, divide-se por 2. O artigo 24 das LDBEN não permite
que uma atividade pontual, como prova, valha a metade da nota. Os professores
do Colégio Isodoro Cerávolo descobriram uma forma de burlar a lei e de, ao
mesmo tempo, dizer ao núcleo que seguem o preceito das três formas de avaliação
previstas. Mas, o peso dessa prova é de 50% da nota. E o núcleo diz que está
tudo certo. O colégio está a poucas quadras de onde eles trabalham, muitos funcionários
até devem dar aulas lá. Mas, como disse o rapaz, os professores gostam desse
sistema, e os alunos também. Evidentemente, ele é feito para que se goste, mas
não para que se atente para todo o conhecimento científico sobre avaliação.
Possibilita que o professor dê uma única recuperação, a da prova, mesmo as leis
federais e estaduais determinando que a recuperação deve incidir sobre todas as
atividades feitas pelo aluno. Uma única vez, provavelmente uma paráfrase da
prova original, se não for a mesma. Uma ação digna e típica de professor que
procura cancelar concurso porque não sabe quem escreveu <i>Inocência</i>. Imaginar que ele saiba quem são Wallon ou Perrenoud, já
seria supor um ensino finlandês nas terras vermelhas de Apucarana. Afinal, a
maior contribuição dessa cidade para a educação brasileira foi a lei que torna
obrigatório o uso de boné como parte do uniforme.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Quando é possível que uma escola burle as leis a poucas quadras de um
núcleo que se autodefine como exigente quanto à legislação, torna-se piada
questionar por que, em Curitiba, não há escolas públicas que sigam a legislação
em vigor. Se ocorre no Paraná, imagine-se nos estados cujas capitais estão
afastadas das cidades do interior...<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-85432831071895751042013-06-02T17:44:00.001-07:002013-06-02T17:44:05.098-07:00Professores reprovados tentam cancelar concurso público. Espelhos da atitude de seus alunos<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há 15 dias, a Secretaria de
Estado da Educação do Paraná realizou concurso público. Já virou rotina fazer
concursos, é um procedimento que não sai das pautas do sindicato. O que torna
esse procedimento peculiar é a rapidez com que os professores começam a se
mobilizar, pedindo o cancelamento do concurso. Na noite do domingo em que as
provas foram realizadas, já era possível ver em toda parte, sobretudo nas redes
sociais, conversas entre professores, à cata de argumentos para entrar na
página do concurso e pedir revisões, anulação de questões , cancelamento de provas
ou até de todo o processo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A atitude correspondia ao
comportamento típico do estudante brasileiro: ganhar alguns pontos, mesmo que não
exista nenhum problema na prova ou nas questões. O esforço era para achar
motivos para que se pudessem pedir cancelamentos. Nenhuma atitude de revisão de
erros da prova, ou que se preocupasse com problemas conceituais. Tudo se
resumia em uma preocupação: o professor não soube fazer a prova, não acertou 12
de 20 questões, e estaria sujeito a perder as suas aulas, caso o governo
optasse pela contratação rápida dos aprovados. Diante dessa possibilidade, a
melhor medida era criticar a Pontifícia Universidade Católica, que organizou o
concurso. A instituição seria incompetente: as questões não estavam claras, as
provas continham conteúdos não listados no edital, haveria questões com mais de
uma alternativa correta ou sem nenhuma. Chamar os professores que elaboraram as
provas de incompetentes era a tônica. Eles sim, os professores que não
acertaram 60% das questões, é que seriam os modelos de competência na hora de
avaliar alunos. E em seguida vêm os chavões, como dizer que uma prova não
avalia os seus méritos como professor. Ou que o edital dizia que as questões
não poderiam conter ambiguidades. (Não ter entendido ou não conhecer o conteúdo
teria que ser falha na elaboração das provas, diante do dogma da infalibilidade
do professor brasileiro.)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Novamente, a circularidade fica
evidente: os professores são o espelho dos alunos que podem ser encontrados nas
escolas públicas. Daqueles pais que chegam ofendidos nas escolas, porque seus
filhos não souberam fazer uma atividade, e dizem que “nem eles” entenderam o
que era para fazer, e logo pedem cancelamentos, revisões, pensando unicamente
nos pontos que os filhos podem ganhar, mesmo à custa de ameaças, independente
da verdade ou não dos argumentos usados. O aluno que põe apelido no professor
pode ser visto nos comentários criticando a PUC. A educação mercenária,
preocupada com acúmulo de pontos, mesmo que isto não seja consequência de
estudo ou de aquisição de conhecimentos, ela pode ser vista no esforço desses
docentes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma das evidências desse
espelhamento é a atitude de “toma-lá-dá-cá” com que eles encaram concursos como
esse. Trata-se de uma ação em tudo semelhante aos processos de avaliação usados
pelos docentes que atuam há décadas sem aprovação em concurso. E também
daqueles que, concursados, adotam o descompromisso destes como um paradigma,
uma forma de sobrevivência nas escolas públicas. Estuda-se apenas uma lista de
conteúdos. Estuda-se para a prova, unicamente. A intenção é a nota. Uma nota
que mal passa da metade do valor possível. A facilidade desse sistema para se
obter nota, sem aprendizagem, é eficiente, de maneira que a imensa maioria das
escolas burla o parágrafo 24 das Leis de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, que exige que a maioria das avaliações feitas seja processual e não
pontual e, caso a escola insista em provas, o valor delas deve ser inferior à
soma das atividades processuais. Não conheço nenhuma escola em Curitiba que
siga esta lei, basta acessar seus regimentos internos. Em alguns casos, existem
provas valendo 10,0, tudo sob a aprovação tácita do núcleo de educação, que
distorce a lei para que as escolas criem modelos próprios, mesmo quando estão
em desacordo com as leis federais. Claro, são professores, e pensam como seus
colegas. A hora do café é sempre mais importante que os cursos de capacitação
em que as leis são apresentadas. O sistema possibilita nota, e todos fingem que
existe uma construção de conhecimentos ou de habilidades. E o concurso foi um
pouco mais longe, ao exigir uma prova discursiva e uma redação. (Mas que seriam
exigidas só de quem acertou um certo número de questões. Para a prova de
conhecimentos gerais, o número nem chegava à metade.) Novidade, mérito de quem
elaborou o concurso. A avaliação da competência discursiva, oral e escrita, é
critério que toda universidade adota para selecionar seu corpo docente. Para os
professores da rede pública, é um abuso, pois exige competência, em vez de
apenas uma ou duas noites debruçados sobre apostilas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O esforço para se manter o
paradigma faz com que tantos professores escrevam nessas páginas que as provas
continham conteúdos não previstos no edital. O abuso mais gritante desse
esforço é o dos professores de Língua Portuguesa e Literatura, que dizem que o
edital não trazia uma lista de obras da literatura brasileira a serem lidas. E
a prova trazia apenas trechos de Machado de Assis, Guimarães Rosa, Alencar, ou
de poetas maiores, como Drummond. O fato de uma questão exigir que o professor
tivesse lido os romances maduros de Machado levou-os ao paroxismo de dizer que
o conteúdo “história da literatura brasileira”, incluído no edital, não se
refere à leitura das obras. Novamente, o imediatismo, como se fossem
vestibulandos procurando resumos na internet. Ou a falta de habilidade para a
leitura dos enunciados levava o professor a não perceber que, em algumas das
questões, todas as alternativas continham afirmações verdadeiras, mas que não
estavam no trecho que deveria ser lido. Algumas vezes, as alternativas falsas
continham afirmações absurdas, como a de localizar autores em séculos errados.
Era o que acontecia na prova de conhecimentos gerais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aliás, a prova de conhecimentos
didáticos e de legislação pode ser entendida como uma imensa piada, quando se
sabe que as informações contidas ali, relacionadas às leis em vigor, são jogadas
no lixo pelas escolas, os responsáveis pelos programas curriculares dizem que
tudo aquilo é besteira, e espalham um orgulho imenso em não respeitar o que, no
concurso, é considerado conhecimento obrigatório. Um contrassenso que os
professores tenham que saber aquilo que, nas escolas, eles se ocupam em
desrespeitar, fazendo piadas com nomes de teóricos que os concursos, via de
regra, colocam como norteadores da ação docente. Por isso, os concursos falam
de autores básicos, mas dos quais o professor só sabe porque caiu na prova. O
espelho das escolas, como sempre. O docente que construiu o fracasso da escola
pública, mostrando o fracasso de seu próprio aprendizado acadêmico. É o caso do
docente de História que diz que nunca ouviu falar do que aconteceu em Paris em
1968, simplesmente porque os livros didáticos não trazem a informação. Nenhum
conhecimento de mundo, nada que não esteja contido numa lista de resumos ou
numa apostila, a ser decorada dias antes da prova, para não dar tempo de ser
esquecido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Alguns desses professores estão
na condição de temporários há mais de 20 anos. Perder aulas representaria um
problema, em tal momento da carreira. E a providência imediata, ao se sair da
sala de provas ou se olhar o gabarito, é reunir uma rodinha para um café
virtual nas redes sociais, e tentar impugnar o concurso, já que impugnar meia
dúzia de questões não resolveria o problema. Desta vez, o prato principal
servido pelos professores no sentido de uma indignação cidadã foi o atraso dos
professores que fizeram prova na PUC. Impedidos de fazerem a prova, ficaram
fazendo barulho nos corredores. Atitude de quem quer que o sindicato se
manifeste, e diga que a expressão “local das provas”, contida no edital, se
referia ao prédio, e não às salas de aula em que o professor deveria estar
antes do início da prova. Local, para alguns desses professores comentadores,
se referiria apenas a endereço, nunca a uma sala ou a uma cadeira com o nome
marcado. O mesmo pensamento, a mesma lógica usada pelos seus alunos e pelos
pais destes, quando entram com algum recurso. Mudar o sentido das palavras,
argumentar com sofismas. E o problema não é apenas de pontualidade; esse é o
docente que passa grande parte do ano letivo em joguinhos, gincanas, recessos,
festinhas.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esses professores sem concurso
continuarão, na maioria das vezes, trabalhando na rede pública. A reprovação no
concurso ou não saber 60% das respostas não indicam, nesse caso, que o docente
esteja inapto. Ele continuará por décadas fazendo suas provas com respostas
decoradas, trabalhos que são cópias, e ignorará as leis em vigor. Leis podem
mudar. Mas o conhecimento científico que esses docentes reprovados demonstram
não possuir não é algo que possa ser posto em segundo plano. Mas é um dos
principais elementos que garantem a continuidade dessa circularidade. A ética
diante do próprio erro ou da própria inabilidade é a de fazer de conta que o
certo estava errado. <o:p></o:p></div>
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-8206087498321967722013-04-14T19:57:00.000-07:002013-04-14T19:57:03.701-07:00A lei que tornou obrigatório o uso de boné pelo aluno<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5pt;"><span style="color: #cc0000;">Terça-feira, 18 de Setembro de
2007<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 6pt;"><span style="color: #cc0000;">Emenda de Arns garante boné no
uniforme escolar<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 12.0pt; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; text-align: center; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #cc0000;"><i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;">Senado aprova projeto que garante a
padronização e a gratuidade do uniforme escolar</span></i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="background: white; text-align: right; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="background: white; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: right; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">A
padronização do uniforme estudantil é uma alternativa para acabar com uma das
mais marcantes formas de diferenciação social entre os jovens, a moda. No
Brasil, uma parcela significativa da população não tem acesso a esse bem, o que
para muitos é causa de constrangimento e vergonha. <br />
<br />
Neste sentido, foi aprovado nesta terça-feira (18/09), na Comissão de Educação,
o Projeto de Lei Nº145/07, que institui a obrigatoriedade do uso de uniforme
estudantil padronizado nas escolas públicas de todo País. O projeto prevê,
ainda, a distribuição gratuita no início do ano letivo de dois conjuntos
completos para os alunos da educação básica, que compreende desde a pré-escola
ao ensino médio.<br />
<br />
Em emenda apresentada à proposta, o Senador Flávio Arns definiu o conjunto básico
completo do uniforme escolar, incluindo o boné entre os itens obrigatórios
(calçado, meia, calça e camisa).<br />
<br />
“A aprovação do projeto é fundamental para auto-estima, para personalidade,
para o bem-estar dos alunos. A padronização do uniforme escolar garante a
igualdade social nas escolas”. Arns destacou também a necessidade do uso do
boné pelos estudantes. “Hoje em dia, com tantos males ocasionados pela
exposição excessiva ao sol, o boné é indispensável para proteção de nossas
crianças que ficam expostas ao sol por longos períodos”, justificou o Senador.<br />
<br />
Levando em consideração as características específicas de cada região do país,
a definição dos itens básicos e o fornecimento do uniforme escolar caberá aos
sistemas de educação dos estados e municípios. O projeto foi aprovado em turno
suplementar e segue diretamente para apreciação na Câmara dos Deputados.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;"><br />
<br />
Fonte: Assessoria de Imprensa - Senador Flávio Arns (PSDB - PR)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">O texto acima foi extraído do site do senador Flávio Arns, depois
vice-governador e secretário de educação do Paraná. No site, nada além de
informações que vão até a atuação como senador. Nada, portanto, sobre os
desdobramentos dessa lei acerca da instituição do uso obrigatório do uniforme.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">O que chama atenção é a construção de uma argumentação que usa termos
muito caros a quem implanta, muda ou suprime leis sobre a educação. Palavras
como “cidadania’ e “auto-estima” não podem faltar. O lado social e o lado
pessoal, ambos beneficiados por uma medida. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">Novamente, a preocupação é com o traje usado pelo aluno da rede pública.
Algo quase mórbido dentro das escolas. Os regimentos escolares se preocupam
mais com esse aspecto que com sistemas de avaliação ou recuperação de
aprendizagem. As escolas sempre foram campo para discussões acaloradas, nas
reuniões de começo de ano, entre professores que confundem ética e moral com
convenções, como descobrir a cabeça para comer ou orar. O que a mãe de cada
professor dizia na infância dele vale mais que todos os conceitos de ética e
moral tratados pela filosofia ou contidos nas leis. Durante anos, as cenas
diárias nas escolas mostravam inspetores interrompendo aulas para apanhar
bonés, diretores e pedagogos fazendo discursos exaustivos sobre a falta de
educação que o uso deles representava. E era sempre uma eterna cobrança: o
professor que não apanhasse bonés assinaria ocorrência, junto com o aluno que
fosse apanhado.E mesmo quando o regimento permitia o uso em locais abertos,
havia discussões quando se chegava de uma passeata, de um ensaio ao ar livre.
Sempre as convenções valendo como verdades universais: “a gente não come de
boné, a gente não reza de boné, a gente não estuda de boné”, o que ganhava ares
de doutrina religiosa, explicada por uma fé irredutível à razão. E era comum
ver alunos que permaneciam na escola depois que as aulas acabavam, esperando
que alguma servente fosse dar conta do boné levado pelo inspetor. Ou era a fila
diante da sala onde se guardam as bugigangas, diante de uma irritada inspetora,
que devolvia bonés como se aquela função e só aquela a impedisse de almoçar na
hora certa ou de poder ir para casa descansar. Outras vezes, era a imagem do
aluno com um boné na mão, esperando uma diretora para reclamar que haviam
rasgado o único que ele possuía. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">Em 2009, o governo enviou às escolas diversos panfletos acerca da
instituição da obrigatoriedade do uso do boné. Até que, finalmente, o jornal
interno da secretaria de educação avisava sobre a importante conquista da
educação brasileira: o boné passava a ser item obrigatório no uniforme. Qualquer
boné? Não, apenas aqueles que o governo federal tinha mandado fabricar. Afinal,
o projeto de lei saíra da cabeça de um deputado da cidade de Apucarana, no
norte do Paraná, responsável pela fabricação da maioria dos bonés usados no
país. A capital do boné poderia exultar, e o senador Arns poderia colocar-se
como um dos responsáveis por uma medida que proporcionaria a elevação da
autoestima aos alunos das escolas públicas. Afinal, moda também é concorrência,
e o discurso do senador petista era contra a concorrência na educação. Aliás...
o senador já era do PSDB em 2009, portanto, um defensor da concorrência e de
uma educação voltada para o mercado. Portanto, a mistura de um discurso voltado
para a eliminação das diferenças se coaduna com aquele que o senador deve ter
feito às indústrias têxteis daquela cidade. A informação dizia que o governo
Lula já pedira a fabricação de milhões de bonés, que seriam distribuídos aos
alunos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">Nas salas de aula, a notícia foi motivo de deboche. Os alunos não queriam
usar bonés com logotipos dizendo que o Brasil era um país de todos. Era fácil
imaginar os diretores fazendo o discurso quando da distribuição de bonés.
Revendo seus valores e forçando os professores a exigirem que o aluno permanecesse
com a cabeça coberta. E a figura da inspetora controlando, nos portões, se o
aluno sem boné na cabeça o trazia guardado na bolsa. Imaginar as escolas com
seus estoques de bonés reservas, caso algum aluno insistisse em não usar. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">Os bonés não chegaram às escolas. Mas ninguém questionou o fato de que,
se o uniforme é definido por lei como não obrigatório, impor um acessório como
parte obrigatória dele é uma imensa contradição. Seria preciso, então, impor o
uso do uniforme. E há inúmeras leis em tramitação no legislativo federal
voltadas para essa preocupação. Tal como o boné, o restante do uniforme passa a
ser obrigatório. E os comentários sobre a lei já falam sobre os lucros a serem
obtidos pelas indústrias têxteis. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">Na semana passada, estive na ouvidoria da secretaria de educação para
reclamar que os regimentos de escolas, que pedi através da lei 12.527 vieram
adulterados, com tarjas encobrindo trechos, ou apagavam os nomes de seus
responsáveis. O ouvidor teimava que nenhum regimento escolar continha irregularidades,
pois eram corrigidos pelos núcleos de educação. Ele me desafiou a mostrar um
regimento irregular e eu lhe pedi um computador. Abri as páginas de três
colégios de Curitiba, o Senador Major Alencar Guimarães, o Ângelo Trevisan (que
retirou seus documentos normativos do site) e o Santa Felicidade. Formou-se um
grupo de pessoas ao redor do computador, e uma funcionária lia um trecho que eu
havia destacado em um regimento. Quando ela disse que aquilo era proibido, o ouvidor
duvidou de que fosse um regimento. Foi preciso mostrar a ele a rubrica do
colégio. Ele disse que ligaria imediatamente para lá e pediria mudanças. Quando
ele me perguntou se eu conhecia outros irregulares, respondi que todos que eu
conhecia contrariavam leis federais e estaduais.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">Por isso, essa situação em relação aos bonés faz-me pensar no tempo que
esses responsáveis por fazerem as leis serem efetivadas e cumpridas perdem com
relação a essas tolices que o sistema cria pensando em interesses alheios à
educação. Durante os minutos que permaneci lá, ouvi pelo menos três telefonemas
de pais perguntando se as escolas podiam impedir alunos sem uniforme de
assistirem às aulas; outra vez, era um pai dizendo que a escola proibia seu
filho de entrar sem uma carteirinha obrigatória; outra vez, um pai dizendo que
serviram merenda estragada. E as respostas sempre diziam que as escolas não
poderiam fazer assim.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">Fazem. Sempre o fizeram. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">Quanto aos bonés, provavelmente o governo Dilma não gostou do país de
todos e encomendou um país sem pobreza para estampar nas testas dos alunos, que
agora ganham em autoestima, ao passarem a fazer publicidade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 5.5pt;"><span style="color: #cc0000;">E as escolas, com seus regimentos baseados nos achismos de seus
professores, vão continuar legitimando um sistema que não se preocupa com uma
escola formadora de habilidades e de conhecimentos científicos.</span></span></div>
Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-87396203378469198142013-03-18T19:51:00.000-07:002013-03-18T20:40:38.130-07:00Os recursos contra reprovação: reparação de injustiças?<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
A maravilha que ilustra esta página é uma cópia escaneada de uma ata feita no Colégio Estadual Padre Gualter Farias Negrão, de Cruzmaltina, interior do Paraná. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Trata-se uma situação corriqueira a do aluno que espera o final do ano para entrar com um recurso após a sua reprovação. A ata se refere a uma primeira convocação de conselho de classe, para rever tal reprovação. O conselho a manteve. Mas a história seria estendida até o mês de março do ano seguinte. E terminaria com uma inevitável aprovação do aluno. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Não é a primeira situação de recurso que vejo acontecer. E, normalmente, ela vem como um ultimato ao conselho de classe, e nunca como uma possibilidade de deliberação. É comum que o núcleo insinue nas comunicações sobre recursos que, se os professores mantiverem a reprovação, serão convocados novamente para reuniões. Em março de 2012, um aluno de sétimo ano da Escola Estadual Ângelo Trevisan, de Curitiba, deixou claro a uma pedagoga, que o interpelava pelo fato de não trazer o material escolar às aulas, que seu pai lhe dissera que bastava um recurso e ele seria aprovado, e que realizar as atividades pedidas não era sua intenção. (Vou acrescentar aqui, posteriormente, a cópia da ocorrência feita pela diretora da escola.) Mas a resposta dada pela família foi uma ratificação das palavras do aluno. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
O que especifica a situação ocorrida no Colégio Padre Gualter Farias Negrão é a vinculação da indústria de recursos a interesses nitidamente desligados da educação. A ata registra providências tomadas por professores, ao longo do ano letivo, como a convocação de responsáveis pelo aluno. Nota-se que nenhuma medida foi tomada, nem pela família nem pela área pedagógica. Nada que modificasse a atitude do aluno ou diagnosticasse a necessidade de medidas diferenciadas em relação a ele. A diretora chega a mostrar indignação por não ter sido informada a respeito da situação.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
No entanto, esse jogo de máscaras ficou evidente com a reprovação do aluno e o já esperado recurso, diversas vezes propalado por aquele, quando matava aulas ou permanecia alheio às atividades pedidas. Era necessário aos recorrentes sumir com as provas contrárias ao aluno. Por isso, diretora e avó combinaram de dizer que o caderno fora queimado pelo professor. O fato levou o professor a fazer um boletim de ocorrência na polícia. Evidentemente, a avó não encontrou apoio financeiro para se defender. Procurou pessoas ligadas ao professor e levou-o ao núcleo de educação. Lá, fez um longo relato, devidamente registrado por escrito e na presença de testemunhas. Disse que fora procurada, fazia algum tempo, e que recebera a proposta de ter seu neto aprovado por recurso, em troca dos votos da família nos candidatos que a procuraram. Por isso, nada a incomodou: nenhum pedido de comparecimento à escola ou notas muito baixas. Deixou claro que a diretora estava envolvida na situação. Como era de se prever, usou as condições financeiras da família como um pretexto para ter aceitado o acordo. A avó retirou o pedido de recurso e assinou um documento em que relatava o ocorrido. Disse que ainda esperava poder contar a história na secretaria de educação. (O núcleo tem negado, mesmo através da Lei 12.527, o acesso a esse documento. Nega que ele exista, mesmo para quem o assinou.)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Apesar da desistência do recurso, a chefe do núcleo insistiu em aprovar o aluno. Em março, convocou um conselho, em que deixava claro que, enquanto a reprovação permanecesse, outros ainda seriam convocados. Essa mesma pessoa, posteriormente, enviaria às escolas um documento, lido nos conselhos de classe, em que ela dispensava de comparecer às aulas os professores que fossem à carreta de seu candidato. Não foi surpresa ver a avó do aluno revigorada pelas novas promessas que deve ter recebido, após a retirada da queixa na justiça. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Tais fatos fazem pensar na indústria de recursos como algo que ultrapassa a simples esfera pedagógica. A ideia do recurso como defesa para o aluno injustiçado parece não corresponder aos que, de fato, ocorrem. Já soube de aluno disléxico reprovado por quatro anos seguidos, sem que a escola sequer tivesse disponibilizado um diagnóstico. Diante desses casos, é comum que se veja o professor como autoridade máxima e o conselho como uma instância suficiente para deliberar. Mas não quando o aluno está evidentemente motivado a não estudar.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
A postura moral desse aluno e das demais pessoas envolvidas em acordos escusos fazem com que fatos como este não possam ficar em surdina, diante das garrafas térmicas dos núcleos e dos diretores.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTpBVcAKZKKWfmbnDqGgcbOmzh814ynXbzxgSqmby4ITd6hPZHwarxNbRIwQopmDWvpRCipeZkDHfH06mySYe-5E_R7ZhPuc9I5CuHAj8240bU2K5BNH-qvlwjgFTgU9iYw594gD1wz7VF/s1600/alunos006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTpBVcAKZKKWfmbnDqGgcbOmzh814ynXbzxgSqmby4ITd6hPZHwarxNbRIwQopmDWvpRCipeZkDHfH06mySYe-5E_R7ZhPuc9I5CuHAj8240bU2K5BNH-qvlwjgFTgU9iYw594gD1wz7VF/s320/alunos006.jpg" width="210" /></a></div>
<br />Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1392919718007780288.post-23415570511437561652013-03-09T22:56:00.000-08:002013-03-17T19:13:00.064-07:00A circularidade da ignorância: despreparo ou opção?<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Escrevo agora para acrescentar uma espécie de resposta ao
artigo "Trava na educação", publicado por Hélio Schwarstman na Folha de São Paulo, no dia 5 de
março, a respeito de reportagem do próprio jornal acerca da contratação, em
regime temporário, de professores que não acertaram nem a metade das questões
em teste seletivo. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Primeiramente, a noção de temporário, que regulamenta essas
contratações, refere-se à possibilidade de contrato anual, ou por curto período
de tempo. Os professores que constroem suas carreiras dentro desse regime não
são temporários. Os professores temporários que me deram aulas na década de 80
continuam atuando como tal, muitas vezes tão erradicados em uma escola que até
os demais não sabem dizer se o colega foi efetivado. Quando reprovam em algum
concurso, é normal que digam que isso não os abala. Mas basta uma medida, como
a que o governo do estado do Paraná tomou no final de 2012, mudando a
quantidade de aulas de certas disciplinas, para que esses professores entrem em
estado de greve, anunciada para a próxima semana. O enraizamento dos
temporários reprovados é algo tão orgânico dentro da rede pública que os
efetivos pensam mais nas aulas desses colegas que na importância, para o
ensino, de se aumentar a carga horária de matemática, em detrimento de educação
física, ou no comodismo de alguns quererem trabalhar em um único
estabelecimento. Como sempre, olimpíada de matemática é “encheção de saco”, mas
um torneio de futebol de salão a 100 quilômetros da escola faz a comunidade
escolar parar, encher ônibus, porque ainda é isso, sobretudo nas escolas do
interior, que garante a reeleição de diretores.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O temporário tem a imensa vantagem de escolher turmas e
escolas onde trabalhar. De poder desistir caso um aluno comece a dar problemas
sérios. E, como faltam professores efetivos, eles sabem que suas aulas estarão
garantidas. Para que estudar? Para que voltar a ganhar o que um professor efetivo
recebe no começo da carreira? Da mesma forma, para que um engajamento como
profissional da educação? Caso não haja mais aulas no interior, corre-se para a
capital.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As questões que Schwarstman suscita funcionam como uma
relação das causas que tornam esse profissional temporário um alívio para rede
de ensino que, caso ele não aceite as turmas, teria que deixar alunos sem aula.
Era assim quando eu estudava: semanas sem professores, e quem aceitava as aulas
normalmente não era formado na disciplina. Era comum ter uma aula e depois
saber que o professor se enganara de turma. Hoje, o governo até distribui essas
aulas antes do início do ano letivo. Mas as questões de Schwarstman acabam em
estabelecer uma circularidade entre a educação que esse profissional recebeu, e
que não o capacita a aceitar metade das questões em um teste seletivo, e a má
educação que ele oferece, com sua eterna ignorância em relação à própria
proposta curricular, com sua repulsa em aceitar conceitos científicos de
metodologia e avaliação, mas, sobretudo, porque é notória a limitação desses
profissionais em relação às suas disciplinas de atuação. Lembro os cartazes
feitos pelos alunos de um professor temporário, representando os orixás: todos
tinham as palavras “santo” ou “santa” antes do nome, evidenciando que o aluno
não compreendera do que o professor estivera falando, e tornou essa
incompreensão motivo de desinformação também para alunos de outros professores,
ao colocá-los expostos no refeitório. Nenhum trabalho de acompanhamento da
elaboração da atividade, nenhum trabalho de correção, nem de reorientação.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Encontrei entre coisas guardadas a série de atividades que
tenho disposto aqui em seguida, escaneadas. E elas são uma prova irrefutável do
despreparo de uma professora com contrato temporário. Coloca em dúvida também
os meios pelos quais essa professora chegou a assumir essas aulas. Afinal, o
que fica evidente é um caso de proteção, ou indicação, de uma professora porque
uma colega resolveu protegê-la, ou como troca de favores, porque a mesma é
parente de alunos da escola. Essa mesma situação do parente que assume aulas me
foi relatada, no ano passado, por uma professora do colégio em que as
atividades copiadas foram feitas. Ela me relata que, tendo assumido as aulas
que eram de uma professora temporária, sofreu as provocações de aluna parente
da afastada, que incitava os alunos a não realizarem atividades ou a ficar para
fora da sala, exigindo que a professora efetiva e concursada largasse suas
aulas. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Percebe-se, nas atividades aqui copiadas, um total
desconhecimento de qualquer noção de texto por parte da professora. Trata-se,
até onde sei, de uma dessas professoras que ministram aulas na rede municipal,
e que veem a rede estadual como um oásis de satisfação. A compreensão que a
professora demonstra acerca de metodologia e de avaliação não vai além daquilo
que ela deve ter estudado em um curso de magistério. É uma compreensão
esfacelada do conceito linguístico de texto e dos elementos que compõem a
textualidade. É fácil perceber que, durante as aulas que tratavam do assunto,
na faculdade, a professora já sonhava com as benesses da contratação que não
exige domínio sobre a disciplina. Certamente, ela apenas trouxe da rede
municipal uma série de incompreensões e uma ignorância crassa de conceitos
científicos. Mas é o que ela deve saber fazer.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ela não sabe o que é texto. Não conhece a noção que
fundamenta todo o ensino de língua portuguesa, que é a de gênero textual. Não
sabe que todo texto está voltado para um leitor e que deve possuir uma
intencionalidade, como fenômeno social. Aqui, tem-se de volta o fenômeno da
professora que pede que o aluno escreva o que quiser sobre qualquer assunto.
Não há um gênero, não há uma intenção, nem uma estrutura. A linguagem dos
alunos oscila entre um discurso didático, de enciclopédia, um discurso
publicitário, que lembra as propagandas de rádio e seus chavões, e um
diletantismo típico do discurso de professoras primárias, que coloca a sua
moralidade até mesmo no que era para ser um verbete de enciclopédia. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Repare-se o absurdo do aluno que escreve sobre a cidade de
Faxinal, e não sabe sobre o que escreve; há ali um discurso de aluno de segundo
ano primário em um aluno de ensino médio. O acúmulo de frases que ele deve ter
escutado no rádio, em comícios, e que fazem parte de uma abordagem professoral,
de professora primária, paga pela prefeitura e de “rabo preso” com seus
pagadores, evidencia a mão da professora
sobre o discurso do aluno. O mesmo pode ser constatado no que uma aluna escreve
sobre o natal. Faz pensar em um discurso de propaganda divulgada por
autofalante, que a professora parece ratificar, vendo na mistura de linguagem
didática, publicitária e religiosa uma prova de criatividade e de riqueza
temática. A frase que inicia o texto
sobre o natal tem uma série de correções desnecessárias, afinal, a ausência do
verbo “é” pode ser vista apenas como opção. Logo em seguida, a professora
corrige o erro no uso do verbo comemorar com uma anotação mais errada ainda, pois
torna uma locução adverbial um sujeito. O fato de a aluna começar três
parágrafos com “todas”, em afirmações que são mentirosas, nem sequer mereceu da
professora uma anotaçãozinha. Frases assim, categóricas e que fazem
generalizações, são típicas do discurso de inúmeras professoras primárias, e o
aluno acaba terminando o ensino médio carregando essas marcas. A professora
coloca maiúsculas nos nomes de algumas cachoeiras, mas não em todas. Por quê?
Preferência pessoal? A presença do adjetivo antes do substantivo é uma marca da
linguagem professoral. Aqui, o aluno parece ter sofrido uma bela regressão no
tempo, que o fez voltar a ser o menino de oito anos com sua dicção específica.
Ele não sabe com certeza em que sílaba vai o acento do nome do seu estado. O
aluno que escreve sobre esportes está, evidentemente, pensando apenas nas suas
aulas de futebol de salão na quadra do próprio colégio. Ele chega a considerar
xadrez como esporte. E a insuportável presença da primeira pessoa, outra marca
do discurso professoral, que deve ter sido visto como qualidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Observa-se que a professora é generosa na hora de atribuir
notas a textos que, evidentemente, não o são, e que jamais poderiam ser aceitos
de alunos de ensino médio. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A possibilidade de escrever de qualquer jeito, pois a
professora não está pedindo ao aluno que reveja os erros que assinalou com
caneta vermelha, deixa este livre para não se preocupar nem com regras de
gênero textual, nem com ortografia, concordância ou pontuação. O que a
professora assinala são erros de ortografia, mas ela não está nem um pouco
preocupada em ensinar a produzir textos. Chega a ser risível alguns casos de
correções apenas para mostrar que ela é atenciosa, quando assinala que o aluno
deve introduzir um parágrafo, sem ao menos ter esclarecido o aluno acerca da
necessidade de definir seu tema, antes de falar sobre seus aspectos
secundários. O modo como ela assinala os erros de ortografia deixa claro que o
aluno não terá que relembrar princípios básicos de escrita, como a existência
de plurais. Ela anota, e dá a nota. Nenhum processo. Nenhum planejamento ou
revisão de texto. Ela não deve ter lido sequer o que as diretrizes curriculares
de português do Paraná falam sobre as etapas de produção de um texto. E que
seja texto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas é também trágico perceber a falta de domínio da
professora sobre a própria língua. Ela não domina noções básicas de
concordância, como evidencia em “No terceiro e quarto verso” ou em “A palavra
destacada nas frases a seguir foram empregadas com o mesmo sentido do texto”. O
mesmo erro que força a aluna a cometer, ao colocar um verbo sendo regido por um
adjunto adverbial, é cometido por ela em “No verso: ‘Todas as coisas de que
falo são de carne/ como o verão e o salário’, possui uma metáfora.” Aqui, ela
demonstra possuir a mesma noção sobre o uso do verbo “ter”, em orações sem
sujeito, que um aluno de quinto ano. Sua pontuação é confusa. Para que os dois
pontos? Em “A palavra ‘coisa’ não tem uma definição específica, é usada de
foram (sic) genérica”, apenas um filho da professora, após uma longa conversa
de mãe para filho, entenderia o que ela quis dizer com “definição específica”,
sem se levar em conta que, no texto, a palavra usada é “coisas”. A falta de
critério, a pressa em digitar, nem sequer é compensada por uma revisão do que
foi escrito. Quando escreve que “A palavra ‘coisa’ é escrita com ‘s’, porque
depois de ditongo deve-se escrever ‘s’”, ele não explica por que “coice” ou
“peixe” não são escritas com “s”. Esperar que ela esclareça ao aluno que se
trata do som de “z” já seria esperar demais. A questão está lá, ela cumpriu sua
obrigação de fazer o teste e dar a nota. Esperar mais de tal professora seria
esperar demais. Como diria o discurso que representa o professor, ela não ganha
para isso. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nenhum professor explicou a essa professora a diferença
entre preposição e artigo. Nem ela percebe sozinha. Por isso, ela anula a
hesitação do aluno, que colocou “E” e depois “C” diante da afirmação de que “O
artigo ‘a’ em “a prestar’ (2º quadrinho) é um adjunto adnominal”. Ela não sabe
que esse “a” é preposição e que preposição não é adjunto adnominal. Quem
trabalha com alunos de sexto ano sabe que o aluno acha que todo “a” é artigo. A
professora confirma a regra, mas ela já fez faculdade e, com certeza,
especialização. O fato de o aluno ainda hesitar e de ela ter certeza diante de
uma afirmação absurda podem significar que o aluno possua mais noções de língua
portuguesa que a professora. Esta usa a palavra “termo” de forma abusiva: “o
termo ‘nas notícias’”; “o termo ‘para cargo público’”; “o termo ‘descolar
algum’”; “o termo ‘a ele’” e evidencia não diferenciar singular de plural, como
quando diz “no verso” e reproduz dois versos. Algo tão primário que faz pensar
em limitações cognitivas, e não apenas em problemas de formação. Nenhuma
faculdade ensinará sobre singular e plural e nenhum teste seletivo perguntará
essa diferença. Se perguntasse, a taxa de acertos de alguns professores ficaria
menor. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As atitudes de improviso explícito, de falta de um foco
norteador, de a professora pinçar conceitos de forma quase aleatória para
formular seu teste, deixam claro que a postura da professora não diz respeito à
formação de habilidades. Ela cobra para dar uma nota. As notas não fazem
sentido, quando se pensa na série para a qual a atividade se destina. E o que
resulta é o aluno que não está passando por um processo de aprendizagem,
submetido aos critérios de uma professora que também não passou por um processo
assim. Schwarstman tem razão, o círculo existe. E antes que alguém possa pensar
que o exemplo isolado desta professora do Colégio Estadual Olavo Bilac, da
cidade de Faxinal, no Paraná, não ilustra a condição dos professores
temporários reprovados em testes seletivos, é preciso que se diga que o exemplo
foi extraído dentre inúmeros que poderiam figurar para se falar do problema.
Alguns, até já publiquei. Outros, posso encontrar aos montes se interpelar
qualquer aluno de escola pública. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Trata-se apenas de um exemplo. Em São Paulo, pode até ser
diferente. Afinal, o Paraná já não faz testes seletivos para contratação de
professores temporários faz tempo. A preocupação de que não saber metade das
respostas possa interferir na hora de escolher aulas não existe para os
professores temporários daqui. Por isso, eles podem até planejar suas greves para
poderem permanecer nas escolas em que atuam há décadas. Daqui a vinte anos, a professora aqui citada estará fazendo as mesmas atividades. E não será apenas porque não a prepararam. Será uma opção profissional porque, afinal de contas, ela se considerará uma vitoriosa em sua carreira.</div>
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<br />Edson Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/15831666592570774137noreply@blogger.com0